Os
desajustes humanos, na área da afetividade, queridos leitores têm sido a
causa de uma imensa gama de sofrimentos morais e materiais da vida.
Estendendo a amargura de seus efeitos ao
longo das diversas existências da alma, permitem que antigos adversários
no afeto se reencontrem nas experiências traumáticas de grupos
familiares obrigados a viver sob o mesmo teto para que se reajustem,
decorrendo daí inúmeras divergências no seio da parentela próxima.
Traindo e sendo traídas, as pessoas se
garantem, para o futuro, novos reencontros para a renovação dos
compromissos desrespeitados, carregando para a estrutura da comunidade
familiar, na condição de pais, filhos, filhas e irmãos, os antagonismos e
conflitos iniciados nas experiências ancestrais da alma, em corpos
diferentes.
Desgastando os centros energéticos nas
condutas desregradas e levianas em uma determinada vida física, quando
voltam à Terra, para futuras reencarnações, as novas organizações
biológicas são modeladas.
Tais almas implementam no arcabouço carnal que
estão modelando os mesmos desajustes que lhes imporão desequilíbrios
mentais, hormonais, metabólicos, como herança negativa de suas
experiências abusivas nas diversas áreas do afeto.
Doenças uterinas ou testiculares,
dificuldades de fecundação, desajustes emocionais que beiram os
desequilíbrios mentais ou comportamentais denotam a marca indelével dos
compromissos com práticas afetivas inapropriadas no ontem recente ou
longínquo.
Daí ser tão importante a compreensão de
tais mecanismos porque, com o conhecimento sobre tal processo, poderemos
melhorar nossa conduta e entender o porquê da impropriedade da conduta
leviana afetivamente irresponsável em nossos compromissos físicos.
Considerando que encontraremos em nossos
caminhos todos aqueles que ajudamos ou exploramos, é bom que, já no
presente, nossas atitudes, ainda que não possam espelhar,
repentinamente, a elevação da santidade, sejam canalizadas para a
estrada reta da seriedade afetiva, a sustentar o edifício das uniões.
Não um discurso moralista e de boas
maneiras, a ameaçar com o inferno os devassos renitentes, mas a
demonstração de que cada um encontrará em seu caminho o fruto de suas
opções, estampado como a marca registrada de suas decisões, no bem tanto
quanto no mal.
Não se trata, obviamente, de uma
informação que agrade àqueles que estão acostumados a fazer da
afetividade um pasto para o exercício de todas as mais baixas atitudes.
Em plena época do prazer desenfreado, as vozes que se levantem para
mostrar os efeitos desastrosos dessa falta de freios podem ser
consideradas indesejáveis ou inoportunas.
Longe de nós a intenção de conduzir os
homens e mulheres de hoje ao silêncio opressor dos claustros antigos,
vestidos de roupas rústicas a se ferirem com espinhos e chicotes com o
intuito de afastarem de si mesmos a tentação e a falta de pudor.
Apenas desejamos ressaltar que o
equilíbrio e a moderação, a responsabilidade do sentimento sincero
correspondem a uma estrada mais segura do que a leviandade à qual o ser
humano está se entregando, porquanto, como a morte é o veículo que
recolherá todas as almas, na hora em que tivermos que nos defrontar com o
resultado de nossas atitudes na dor e na vergonha diante do túmulo, não
poderemos culpar o mundo com seus mecanismos de devassidão e de
facilitação ao vício como o responsável pelos nossos erros.
Não terá
sido, o mundo, o responsável pela nossa viciação moral por nos garantir a
rota da promiscuidade como o exercício do direito à expressão da
liberdade absoluta, sem ninguém para alertar que esse caminho não era o
melhor.
Não!
Isso não poderá ser dito.
Nós estamos aqui, buscando alertar que
tal estrada é perigosa, tal alimento é podre, que o prazer desmedido do
corpo é fonte de sofrimento desmedido para a alma.
Estamos aqui para dizer, repetindo antigo conceito, que
AQUILO QUE PARECE, NÃO É.
AQUILO QUE PARECE, NÃO É.
E AQUILO QUE NÃO PARECE, É!
Aquilo que parece um bem desejável pelas
sensações que desencadeia, não é um bem desejável, realmente.
Tanto
quanto aquilo que corresponda a algo menos estimulante menos agradável,
menos excitante, não é a expressão do sofrimento mas, sim, o bom
investimento que remunera as renúncias de hoje com os vantajosos juros
do equilíbrio e da ventura para aqueles que souberam se conter e se
direcionar.
Aos nossos interesses imediatos, muitas vezes a estrada mais
reta não é a melhor.
No entanto, não nos esqueçamos de que a mais reta é, sempre, a mais curta.
Observe-se, interiormente, nestes instantes de meditação solitária.
Avalie o quanto tem sido sincera a sua demonstração de afeto para com aqueles que o rodeiam.
O quanto seus objetivos imediatos não
estão contaminados pelos modismos, pelas imposições sociais, pelos
conceitos da sensualidade opressora.
Veja qual o grau de comprometimento de
seus pensamentos com assuntos sexuais, e o quanto tal tema escraviza
suas palavras e comentários.
Pergunte-se se você é somente isso.
Se seu
afeto é exprimido somente pelas secreções de seu corpo, no clímax dos
relacionamentos íntimos.
Quantas vezes você tem demonstrado carinho que
não seja para atingir o ato sexual com alguém que lhe interesse.
Já sabemos que a Bondade Divina é
incompatível com a existência física de um Céu ou de um Inferno,
representando, sim, apenas estados de consciência de paz ou de culpa.
No
entanto, façamos a experiência hipotética de observar se, com o teor de
nossos pensamentos, sentimentos e atitudes, nos qualificaríamos para
ingressar no Paraíso.
Se, porventura, por seus defeitos e más
inclinações, você reconheceu a impossibilidade de ingressar no Paraíso,
será que percebeu que é você mesmo quem está construindo o próprio
inferno íntimo?
Lutemos com clareza de propósitos para
combatermos aquilo que cria trevas interiores nos erros e angústias que
nos arrastam para sentimentos de vergonha e pessimismo, abrindo brechas
para os processos de obsessão e influenciação promovidos por Espíritos
viciosos.
Passemos a procurar aquilo que nos seja a
garantia do equilíbrio e da paz interior, facultando-nos o exercício da
sexualidade como um dos instrumentos do carinho verdadeiro, de um para
com o outro.
Livro:- Despedindo-se da Terra
Cap. 34
Espírito Lúcius
Psicografia de André Luiz Ruiz
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