sábado, 1 de setembro de 2012

Terapia da Solidariedade

Terapia da Solidariedade
No intervalo do Seminário sobre os Amigos Espirituais e suas moradas, em Zurique, Suíça, no G-19 ¾ Fundação para a Melhoria da Consciência Global ¾ no dia 29 de maio de 1994, alguém apresentou o tema do suicídio por solidão, e o assunto foi bastante discutido.
Nessa noite, o amigo Ignotus escreveu a presente mensagem. A senhora, culta e nobre de sentimentos, dispondo de algum tempo livre, resolveu aplicá-lo utilmente.
Porque o índice de suicídios na cidade onde residia fosse elevado, dedicou-se ao edificante trabalho de atendimento no SOS Vida, serviço telefônico para os candidatos ao suicídio. Submeteu-se ao treinamento e, três vezes por semana, dedicava duas horas, cada vez, ao relevante mister. Oportunamente, foi surpreendida por uma voz amargurada, nervosa, que dizia:- - ¾ - Pretendo matar-me ainda hoje.
Antes de fazê-lo, quis comunicá-lo a alguém.
Por isso, estou telefonando. Fiel ao compromisso de não interferir no drama do cliente, manteve-se com serenidade, indagando:- - ¾ - Crê que eu lhe poderei ser útil? Com azedume, a paciente reagiu:- - ¾ - Ninguém pode ajudar-me, nem o desejo.
Odeio o mundo e as pessoas.
Sou uma infeliz, e pretendo encerrar esta existência vazia... Silêncio da ouvinte. Logo prosseguiu:- - ¾ - Sou rica.
Resido em uma bela mansão, no melhor bairro da cidade.
Tenho dois filhos:-
- um homem e uma mulher, ambos casados e pais, que me deram quatro netos.
Sou membro da alta sociedade, frequento o Clube.
Em minha casa disponho de duas linhas telefônicas...
Sempre que o aparelho soa e vou atender, trata-se de ligação errada.
Em palavras finais:-
- ninguém se preocupa comigo!
Terminados os encontros formais, sociais, ninguém é meu Amigo... ¾ - Então ¾ interferiu, com oportunidade ¾, permita-me telefonar-lhe uma ou outra vez. ¾ - Com qual interesse? ¾ - Eu necessito de uma amiga. Fez-se silêncio, que logo se interrompeu. ¾ - Mas você não me conhece, ¾ redarguiu, mais calma, a outra. ¾ - Isso não é importante.
Conhecê-la-ei depois.
Conceda-me seu número, por favor. ¾ - Não tenho hábito de dá-lo a estranhos. ¾ - E como deseja que a chamem, se o evita? Depois de alguma hesitação, o número e o nome foram declinados. Dois dias depois a dama telefonou à desconhecida. Conversaram sobre assuntos gerais.
A experiência repetiu-se muitas vezes.
Após alguns meses, resolveram conhecer-se pessoalmente em um
Café. Mais tarde, a dama convidou a paciente a um chá no seu lar.
Hoje, ambas trabalham no SOS - Vida, e o telefone, quando toca, é alguém pedindo o socorro que ela oferece com carinho. Aprendeu a amar.
Tornou-se útil, solidária. Recebe amor, quem o doa.
Talvez não seja da pessoa a quem o oferta.
Mas isso não é importante, desde que ame. A Solidão é doença que procede do Egoísmo. Quando alguém se dispõe a sair da concha do eu, enriquece-se de amor e solidariedade.
Ignotus Livro “Sobre a proteção de Deus”
Divaldo Pereira Franco
Diversos Espíritos

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