"Tabus"
Liberta-te, ó homem, de todos os tabus!
Não feches os olhos a luz alguma -
- não negues à inteligência verdade alguma.
Crê no passado -
- e crê ainda mais no futuro.
Sê tradicionalista -
- e mais ainda evolucionistas.
Aceita tudo o que de verdadeiro e belo nos legaram os maiores -
- e procura rasgar a teus filhos horizontes mais vastos ainda...
Abrange, do oriente ao ocidente, o panorama da vida -
- e advinha nos arrebóis vespertinos auroras matinais...
O que foi pode vir a ser -
- e com maior plenitude...
Sucedem-se os fenômenos da vida -
- em eterna evolução...
Não creias em lacrimosos saudosismos de passadistas que bendizem o pretérito -
- e maldizem o presente...
Se o ONTEM teve rosas -
- teve também muitos espinhos...
Se o HOJE tem espinhos -
- por que não teria rosas?...
A vida é uma grande roseira -
- cheia de rosas e espinhos...
Se de longe a contemplas só enxergas um mar de rosas -
- e espinho algum...
Foi a distância, e não a realidade, que os espinhos eliminou...
Crê, pois, no passado -
- e não descreias do presente e do futuro...
Não te fossilizes em nenhum tabu rotineiro...
Não te petrifiques em nenhum preconceito religioso ou social...
Não te mumifiques em nenhum dogma humano...
Conserva a elasticidade do espírito -
- e assimila novos elementos...
Sê um organismo vivo eliminando substâncias gastas -
- e assimilando substâncias sadias...
Não permitas, porém, que elementos estranhos desvirtuem o teu Eu - obriga-os a edificá-lo segundo o plano que traçaste.
Se a porta fechares a novos elementos vitais -
- acabarás em atrofia espiritual.
Se não fores fiel ao próprio Eu -
- acabarão os elementos estranhos por adulterar-te o caráter.
É necessário que saibas homogeneizar todas as substâncias heterogêneas.
Transubstanciá-las no próprio ser.
Incorporá-las à personalidade total.
Personalizar todas as coisas impessoais.
Vitalizar com a vida do próprio Eu todos os átomos que o mundo te dá.
Liberta-te, pois, de todos os tabus!
Não sacrifiques os valores do passado pelos tesouros do presente e do futuro!
Conserva abertas para todos os quadrantes do universo -
- as portas da alma.
Para receber e despedir -
- para assimilar e eliminar...
E será perene a juventude do teu espírito...
De "De Alma para Alma",
de Huberto Rohden
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