segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Fora da caridade não há salvação

"Fora da caridade não há salvação"

Estes princípios, para mim, não existem apenas em teoria, pois que os ponho em prática:-
- faço tanto bem quanto o permite a minha posição;
- presto serviços quando posso; 
- os pobres nunca foram repelidos de minha porta, ou tratados com dureza; 
- foram recebidos sempre, a qualquer hora, com a mesma benevolência; 
- jamais me queixei dos passos que hei dado para fazer um benefício; 
- pais de família têm saído da prisão, graças aos meus esforços.

Certamente, não me cabe inventariar o bem que já pude fazer; mas, do momento em que parecem esquecer tudo, é-me lícito, creio, trazer à lembrança que a minha consciência me diz que nunca fiz mal a ninguém, que hei praticado todo bem que esteve ao meu alcance, e isto, repito-o, sem me preocupar com a opinião de quem quer que seja.

A esse respeito trago tranquila a consciência; e a ingratidão com que
me hajam pago em mais de uma ocasião não constituirá motivo para que eu deixe de praticá-lo. 

 A ingratidão é uma das imperfeições da Humanidade e, como nenhum de nós está isento de censuras, é preciso desculpar os outros, para que nos desculpem a nós, de sorte a podermos dizer como Jesus-Cristo:-
- "atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado." 

Continuarei, pois, a fazer todo o bem que me seja possível, mesmo aos meus inimigos, porquanto o ódio não me cega. 

Sempre lhes estenderei as mão, para tirá-los de um precipício, se se oferecer oportunidade.

Eis como entendo a caridade cristã.

Compreendo uma religião que nos  prescreve retribuamos o mal com o bem e, com mais forte razão, que retribuamos o bem com o bem.

Nunca, entretanto, compreenderia a que nos prescrevesse que paguemos o mal com o mal.

Pensamentos íntimos de Allan Kardec, num documento achado entre os
  seus papéis.
Obras Póstumas - Segunda Parte.

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