O Pedido da Mãe que perdeu o filho
A morte é um ponto-e-vírgula, não um ponto final.
Mesmo um belo e realista conceito como este, de Gilberto Campista Guarinos, no seu livro "Centelhas de Sabedoria", não elimina a dor da separação.
A
partida definitiva do ente querido machuca tanto, que fez até Jesus
chorar, como aconteceu quando ele, chegando a Betânia, Marta, irmã de
Maria e de Lázaro, seus amigos, lhe comunicou, em pranto de desespero,
que o irmão falecera.
A morte só não dói nos anestesiados.
Os conceitos sobre ela se alinham mas não resolvem, pelo menos na primeira hora:-
- A morte, por mais triste e desconcertante, é sempre o toque de ressurgir;
- A morte é uma longa viagem;
- É transformação, segundo os desígnios insondáveis de Deus, mas sempre útil ao fim que Ele se propõe;
- Apenas a
destruição do envoltório corporal, que a alma abandona, como o faz a
borboleta com a crisálida, conservando porém seu corpo fluídico ou
perispírito;
- Começo de outra vida mais feliz, o prelúdio de um novo progresso:-
- É uma lei natural e uma transformação necessária ao progresso e elevação da alma.
Ainda assim, como dói nas almas sensíveis!
Tudo isso tentamos transmitir, sem sucesso aparente, à mulher que nos procurou extravasando seu infortúnio:-
-
Há seis anos, perdi meu único filho.
Fiquei tão desesperada, que também
perdi meu marido.
Sou católica, graças a Deus, por isso não fiz o pior
comigo mesma.
Na verdade, não preciso me matar, porque eu também morri
para o mundo, quando meu filho morreu...
As mães são assim mesmo, no seu amor pelos filhos.
É preciso compreendê-las, mesmo parecendo inútil nossa colaboração.
Oferecemos-lhe o Livro "Coragem" de Francisco Cândido Xavier.
Nele está escrito, por exemplo:-
- "Sejam
quais forem as aflições e problemas que te agitem a estrada, confia em
Deus, amando e construindo, perdoando e amparando sempre porque Deus,
acima de todas as calamidades e de todas as lágrimas, te fará
sobreviver, abençoando-te a vida e sustentando-te o coração."
Foi
há um ano e não mais nos vimos.
Na semana passada, contudo, encontramos
na portaria do prédio onde trabalhamos, uma carta sua, onde ela nos
pede:-
- "Aliviou-me
muito uma mensagem que ganhei de um senhor de cabelos brancos, cujo
nome não sei, que a distribuía, domingo, no Cemitério Jardim das
Palmeiras, onde me encontrava, como de costume, chorando no túmulo do
meu filho.
Suas frases foram bálsamo para minha dor, por isso gostaria
de reparti-la com outras pessoas na mesma situação que eu.
Faça a
caridade de publicá-la, para o bem de tantos sofredores atrás de remédio
para suas saudades."
É assim a solicitada mensagem de lógica e do consolo:-
- "Esta carta não quer converter você a nenhuma religião.
É que, ao visitar um cemitério, sei o que você procura.
É verdade, existe um vazio dentro do seu coração, deixado pela pessoa querida que foi embora.
A lembrança do rosto imóvel, do caixão, do velório, do enterro, eu sei, são recordações doloridas.
As lágrimas que caem pelo seu rosto, são as testemunhas dessa dor que parece impossível curar.
Pode ter certeza:-
- A pessoa que você pensa que está morta, na verdade está viva.
Viva e sabendo o que acontece.
Ela, inclusive, deve estar agora desejando que você esteja preparado, sabendo como é a vida depois da morte, para que, quando chegar a sua hora, você também seja feliz.
Sim, porque é preciso viver bem, para morrer bem.
Não importa que religião você tenha.
A vida não termina com a morte, mas é transformada por ela.
Eles, os nossos mortos, estão vivos.
Morrer é só sair do corpo, é mudar de plano, como alguém que se transferisse de uma cidade para outra, sem que isso altere a pessoa em si.
Depois que se morre, vive-se com um novo corpo:-
- O corpo espiritual, feito de uma espécie de energia que obedece ao comando do pensamento.
Por isso, no mundo dos espíritos, somos o que pensamos.
Quem é equilibrado aqui, será equilibrado lá.
E daqui, do mundo físico, através do pensamento, nos comunicamos com as pessoas queridas que partiram antes de nós.
Todo pensamento de angústia, de tristeza, pode atingi-las, causando mais tristeza, mais aflição.
Mas, também, tudo o que pensarmos e fizermos de bom, em nome delas, as tornará felizes.
Portanto, nessa visita ao cemitério, pense positivo.
Envie pensamentos de Paz, de Amor, de Alegria, para o seu ente querido.
Ajude aos outros em nome dele.
Reze, de acordo com a sua religião, pedindo a Deus em favor dessa pessoa pois, pel pensamento, ela estará recebendo as nossas energias espirituais positivas.
Por fim, viva mantendo a consciência tranqüila.
Nunca prejudique a ninguém e faça aos outros o bem que puder, mesmo que lhe custe sacrifício.
Porque vivendo assim você também será feliz, quando deixar o seu corpo de carne, para se encontrar com as pessoas queridas que partiram antes de você."
Javier Godinho
Fonte:- Site "Caminhos de Luz"
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