Mágoa
Síndrome alarmante, de desequilibro, a presença da mágoa faculta a
fixação de graves enfermidades físicas e psíquicas no organismo de quem a
agasalha.
A mágoa pode ser comparada à ferrugem perniciosa que destrói o metal em que se origina.
Normalmente se instala nos redutos do amor-próprio ferido e
paulatinamente se desdobra em seguro processo enfermiço, que termina por
vitimar o hospedeiro.
De fácil combate, no início, pode ser expulsa mediante a oração
singela e nobre, possuindo, todavia, o recurso de, em habitando os
tecidos delicados do sentimento, desdobrar-se em modalidades várias,
para sorrateiramente apossar-se de todos os departamentos da
emotividade, engedrando cânceres morais irreversíveis.
Ao seu lado,
instala-se, quase sempre, a aversão, que estimulam o ódio, etapa grave
do processo destrutivo.
A mágoa, não obstante desgovernar aquele que a vitaliza, emite
verdadeiros dardos morbíficos que atingem outras vítimas incautas,
aquelas que se fizeram as causadoras conscientes ou não do seu
nascimento.
Borra sórdida, entorpece os canais por onde transita a esperança, impedindo-lhe o ministério consolador.
Hábil, disfarça-se, utilizando-se de argumentos bem urdidos para
negar-se ao perdão ou fugir ao dever do esquecimento.
Muitas distonias
orgânicas são o resultado do veneno da mágoa, que, gerando altas cargas
tóxicas sobre a maquinaria mental, produz desequilíbrio no mecanismo
psíquico com lamentáveis conseqüências nos aparelhos circulatório,
digestivo, nervoso…
O homem é, sem dúvida, o que vitaliza pelo pensamento. Sua idéias,
suas aspirações constituem o campo vibratório no qual transita e em
cujas fontes se nutre.
Estiolando os ideais e espalhando infundadas suspeitas, a mágoa
consegue isolar o ressentido, impossibilitando a cooperação dos socorros
externos, procedentes de outras pessoas.
Caça implacavelmente esses agentes inferiores, que conspiram contra a
tua paz.
O teu ofensor merece tua compaixão, nunca o teu revide.
Aquele que te persegue sofre desequilíbrios que ignoras e não é justo que te afundes, com ele, no fosso da sua animosidade.
Seja qual for a dificuldade que te impulsione à mágoa, reage,
mediante a renovação de propósitos, não valorizando ofensas nem
considerando ofensores.
Através do cultivo de pensamentos salutares, pairarás acima das
viciações mentais que agasalham esses miasmas mortíferos que,
infelizmente, se alastram pela Terra de hoje, pestilenciais, danosos,
aniquiladores.
Incontáveis problemas que culminam em tragédias quotidianas são
decorrência da mágoa, que virulenta se firmou, gerando o nefando
comércio do sofrimento desnecessário.
Se já registras a modulação da fé raciocinada nos programas da
renovação interior, apura aspirações e não te aflijas.
Instado às
paisagens inferiores, ascendo na direção do bem. Malsinado pela
incompreensão, desculpa.
Ferido nos melhores brios, perdoa.
Se meditares na transitoriedade do mal e na perenidade do bem, não
terás outra opção, além daquela:-
- amar e amar sempre, impedindo que a
mágoa estabeleça nas fronteiras da tua vida as balizas da sua província
infeliz.
“Quando estiveres orando, se tiverdes alguma coisa contra alguém,
perdoai-lhe, para que vosso Pai que está nos Céus, vos perdoe as vossas
ofensas”. – Marcos: 11-25.
“Não sou feliz!
A felicidade não foi feita para mim!
exclama
geralmente o homem em todas as posições sociais.
Isto, meus caros
filhos, prova melhor do que todos os raciocínios possíveis, a verdade
desta máxima do Eclesiastes:-
- “A felicidade não é deste mundo”. – Cap.V – Item 20.
Da Obra:- Florações Evangélicas.
Divaldo Pereira Franco
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