"A paciência talvez seja a semente mais difícil de se cultivar.
Necessita de um terreno extremamente fértil, e por isso mesmo, sujeito a
inúmeras possibilidades das ervas daninhas em redor.
Por ser muito
frágil, os cuidados envolve um zelo metódico e constante, e qualquer
deslize põe em risco o vicejar.
Há também argumentos em seu trato e
escolha que podem deixar margem à dúvidas, pois em seu canteiro surge
sempre uma confusão de espécies semelhantes, composta de vaidade, orgulho
e egoísmo, ainda que aparentemente idênticas em corpo, quando em ramo,
com o tempo, percebe-se inconfundível diferença em essência.
A
fragrância de suas flores e folhagem é exótica, rara mesmo, de beleza
única e excepcional, mas requer sensibilidade para apreciá-la e
assimilá-la.
Seu cultivo, portanto, pede um enorme desprendimento de
espírito; todavia, a dedicação empenhada revela-se ao tempo da
colheita, demonstrando que a paciência em plena incorporação de virtude
torna-se uma das maiores expressões de Fé que o ser humano pode
vislumbrar..."
Deborah Farah
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