A Janela dos OutrosLinda mensagem!!!
Vale a pena pensar sobre isso!!!!
Gosto dos livros de ficção do Psiquiatra Irvin Yalom:-
- Quando Nietzsche Chorou,
- A Cura de Schopenhauer
e por isso acabei comprando também seu:-
- Os Desafios da Terapia, em que
ele discute alguns relacionamentos padrões entre terapeuta e paciente,
dando exemplos reais.
Eu devo ter sido psicanalista em outra encarnação,
tanto o assunto me fascina.
Ainda no início do
livro, ele conta a história de uma paciente que tinha um relacionamento
difícil com o pai.
Quase nunca conversavam, mas surgiu a oportunidade de
viajarem juntos de carro e ela imaginou que seria um bom momento para
se aproximarem.
Durante o trajeto, o pai, que estava na direção, comentou sobre a sujeira e degradação de um córrego que acompanhava a estrada.
A garota olhou para o córrego a seu lado e viu águas límpidas,
um cenário de Walt Disney.
E teve a certeza de que ela e o pai realmente não tinham a mesma visão da vida.
Seguiram a viagem sem trocar mais palavra.
Muitos
anos depois, esta mulher fez a mesma viagem, pela mesma estrada, desta
vez com uma amiga.
Estando agora ao volante, ela surpreendeu-se:-
- Do lado
esquerdo, o córrego era realmente feio e poluído, como seu pai havia
descrito, ao contrário do belo córrego que ficava do lado direito da
pista.
E uma tristeza profunda se abateu sobre ela por não ter levado em consideração o então comentário de seu pai, que a esta altura já havia falecido.
Parece uma parábola, mas acontece
todo dia:-
- A gente só tem olhos para o que mostra a nossa janela, nunca a
janela do outro.
O que a gente vê é o que vale, não importa que alguém
bem perto esteja vendo algo diferente.
A mesma
estrada, para uns, é infinita, e para outros, curta.
Para uns, o pedágio
sai caro; para outros, não pesa no bolso.
Boa parte dos brasileiros
acredita que o país está melhorando, enquanto que a outra perdeu
totalmente a esperança.
Alguns celebram a tecnologia como um fator evolutivo da sociedade, outros lamentam que as relações humanas estejam tão frias.
Uns enxergam nossa cultura estagnada, outros aplaudem a crescente diversidade.
Cada um gruda o nariz na sua janela, na sua própria paisagem.
Eu costumo dar uma espiada no ângulo de visão do vizinho.
Me deixa menos enclausurada nos meus próprios pontos de vista, mas, em contrapartida, me tira a certeza de tudo.
Dependendo de onde se esteja posicionado, a razão pode estar do nosso lado, mas a perderemos assim que trocarmos de lugar.
Só possuindo uma visão de 360 graus para nos declararmos sábios.
E
a sabedoria recomenda que falemos menos, que batamos menos o martelo e
que sejamos menos enfáticos, pois todos estão certos e todos estão
errados em algum aspecto da análise.
É o triunfo da dúvida.
Vale a pena pensar nisso!!!!!!!Martha Medeiros
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