Mostrando postagens com marcador José Herculano Pires. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador José Herculano Pires. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Ajuda dos Mentores nas dificuldades da vida !!!


Ajuda dos Mentores nas dificuldades da vida !!!

Assistência dos espíritos nas dificuldades da vida.

Confusões entre o meio e o fim acarretam decepções doutrinárias – O que importa no Espiritismo é o Reino de Deus e a sua Justiça.

Um dos fatores mais frequentes de decepções, na prática espírita, é o utilitarismo dos praticantes. 

Há pessoas que só compreendem as coisas do ponto de vista da utilidade imediata. 

Essas pessoas não se dirigem ao Espiritismo na procura de uma visão mais ampla da vida, de melhor compreensão, de maior equilíbrio psíquico.

Desejam, pelo contrário, obter benefícios imediatos:-
- Cura, solução de problemas financeiros ou amorosos, arranjo da vida. 

Pretendem fazer do Espiritismo um meio de conquista de vantagens pessoais. 

Os resultados dessa atitude só podem ser negativos.

Não é missão do Espiritismo “arranjar a vida” de quem quer que seja. 

Os Espíritos superiores não estão a serviço dos pequeninos e passageiros interesses humanos. 

Dessa maneira, a pessoa que deseja benefícios acaba perdendo a assistência dos Espíritos superiores e sofrendo o assédio dos inferiores. 

Estes, sim, estão sempre prontos a atender a todos os pedidos, mesmo os mais injustos. 

E, se às vezes fazem alguns benefícios imediatos, não raro cobram muito caro o que fizeram, causando, mais tarde, amargas decepções.

O que se deve buscar no Espiritismo é a elevada compreensão do processo da vida, que ele oferece a todos os estudiosos. 

Buscando essa compreensão, colocamo-nos em sintonia espiritual com os Mensageiros do Alto, que por sua própria benevolência nos atendem e nos socorrem em tudo o que é possível. 

Cumpre-se aquele ensinamento de Jesus, que todos os cristãos estudiosos conhecem:-
- “Busca primeiramente o Reino de Deus e a sua Justiça, e tudo o mais te será dado por acréscimo”.

Os interesses, as paixões e as angústias humanas servem, muitas vezes, como meios de condução da criatura ao Espiritismo. 

Mas, não podem transformar-se em finalidade da prática espírita. 

É justo que a mãe angustiada procure um Centro, um médium ou um doutrinador espírita, para solucionar o problema do filho enfermo. 

É justo que o homem de negócios, aturdido pelos insucessos, busque uma orientação no meio espírita, como é justo que a criatura atormentada por questões amorosas procure uma palavra de consolo na comunicação mediúnica. 

Mas, uma vez socorridas pelos Espíritos do Senhor, essas criaturas devem beneficiar-se com as luzes da doutrina, em vez de permanecerem na estagnação dos sentimentos comuns.

Não é somente no Espiritismo que isso acontece. 

Nas várias religiões, os sacerdotes enfrentam o mesmo problema, com os crentes interessados em transformar as práticas do culto em instrumentos de benefícios pessoais. 

Nas correntes ideológicas, nos partidos políticos, nos movimentos sociais, há sempre os que procuram apenas a satisfação de seus próprios interesses. 

Erram, pois, os que pensam que somente no Espiritismo somos assediados por essas questões, que não são privilégio de nenhum movimento, mas decorrem da própria natureza humana, em seu atual estado evolutivo.

O Espiritismo ensina que a vida tem um objetivo e, esse objetivo é o aperfeiçoamento espiritual. 

O que importa, pois, do ponto de vista espírita, como ensinava Jesus, é o Reino e sua Justiça, e não o bem-estar imediato, a felicidade passageira e ilusória. 

Pessoas que se aproximam do Espiritismo, tangidas por necessidades e interesses, mas não lhe absorvem os ensinamentos superiores, são as que acabam por decepcionar-se com a doutrina. 

Elas mesmas causam as suas decepções. 

De outro lado, como são felizes as que se servem da oportunidade de uma angústia ou de uma dificuldade, para assimilarem a mensagem renovadora do Espiritismo!

Essas são as que não se aproximam da luz de olhos fechados, e nunca se decepcionarão. 

Para elas, o Espiritismo se transforma naquilo que os místicos chamam, e com muita razão – a luz no caminho.


Escrito por Herculano Pires no Livro:- “O Mistério do Bem e do Mal”



quarta-feira, 6 de julho de 2016

Canto do Homem Novo


Canto do Homem Novo 

 Poema de HERCULANO PIRES

"Pisarei de cabeça erguida no limiar do amanhã.
 
Desvencilhei-me do passado. 

Meu compromisso é o futuro.
 
Rasguei a carta fajuta da moral hipócrita, quebrei os ídolos de barro, esmaguei sob os pés os dogmas da crença e da descrença.
 
Não busco a verdade nos mitos:-
- Encontrei-a em mim mesmo.
 
Bebo o vinho da vida sem pedir licença.
 
Lavo a face da Terra com a água da verdade.
 
O fingimento, a mentira, a adulação, a perfídia provocam-me náuseas.

 
Quero o mundo como ele é, a vida como ela é.
 
Quero olhar para a face de Deus como a águia olha para o Sol.
 
Ninguém é responsável por mim, ninguém me salva.
 
Deus emancipou-me na minha liberdade e os temores do passado eu mesmo os sepultei.
 
Não é orgulho saber que sou livre e posso conquistar o Cosmos.
 
Minha humildade consiste em reconhecer os meus limites.
 
Não nasci para ser escravo:-
- A vida é liberdade.

Jogo no presente tudo o que possuo e ganho no futuro.

Descobri que não sou frágil e não morro:-
- Sou imortal.

Meu avô falhou, meu pai falhou, eu mesmo falhei porque temíamos a vida. 

Mas agora amo a vida e sei que viverei através dos milênios.

Meus limites se alargam na proporção em que avanço.

A Razão é a minha bússola, a Verdade o meu norte.

Construirei o meu mundo, o mundo do meu tmpo, e o tempo renovado renovará o mundo.

Fui velho na juventude, serei jovem na velhice.

Que importa se o corpo envelhece? 

Ninguém deterá os meus passos e farei da morte um novo salto para as constelações. 

Satarei feliz sobre as galáxias do amanhã.

Não troquei o confessor pelo psicanalista, nem a moral pela libertinagem.

Tenho uma estrela na fronte e sou vestal do meu fogo sagrado.

Quem apagará a labareda das minhas certezas?

Quem guiará os meus passos além da minha consciência?

Aos que me odeiam, respondo com uma palavra:-
- Amor!

Aos que me acusam, respondo com a piedade.

Aos que tentam escravizar-me, ajudo-os a se libertarem.

Minha consciência é o Tribunal de Deus. 

Ele me julga.

Como posso pedir o perdão daqueles que erram mais do que eu?

Como posso dirigir-me a Deus através dos agentes comerciais da sua misericórdia, que ninguém pode vender?

Estou diante do mundo e sei que o mundo é a minha oportunidade.

Deus não está no Céu e nem o Diabo no Inferno.

Mas eu - homem - estou na Terra e a Terra é dos Homens.

Temos de transformar a Terra - nós, os homens - no Reino de Deus.

E onde estão as leis desse Reino, senão em nossa consciência?

Se Deus está em mim, como posso adorá-lo fora?

E como posso negá-lo?

Como posso tremer ao lembrar-me de Deus, se Ele é a minha consciência?

Basta voltar-me para mim mesmo para ver a Sua face.

Os anos de terror já passaram. 

A ignorância morreu.

A rosa da Verdade abriu-se em meu coração.

Não choro, não gemo, não me apavoro.

Confio.

A vida cresce em mim e nada pode extingui-la.

Não me interessam os mistérios ocultos, os poderes secretos.

Todo o poder me foi dado. 

E ninguém pode arrebatá-lo.

Contarei os átomos e as estrelas, os grãos de areia e as galáxias, e multiplicarei em minhas mãos as rosas da Verdade."

Poema de J. Herculano Pires de 07/1975


quarta-feira, 27 de abril de 2016

A Lenda do Dilúvio


A Lenda do Dilúvio

A lenda do dilúvio, que encontramos em Gênesis:-
- VII e VIII, é uma dessas passagens bíblicas que só podem ser tomadas ao pé da letra pelo fanatismo e a ignorância. 

Pouco importa que durante séculos as religiões cristãs, com seus doutores e sacerdotes, tenham sustentado a realidade literal dessa lenda.

A verdade histórica é apenas esta:-
- A lenda do dilúvio corresponde a um dos arquétipos mentais atualmente estudados pela psicologia profunda. 

Os estudos de Karl Jung a respeito são bastante esclarecedores. 

Mas o arquétipo coletivo, que corresponde no plano social aos complexos psicanalíticos do plano individual, não é uma abstração. 

Pelo contrário, é uma realidade psíquica enraizada nos fatos concretos.

O dilúvio bíblico, por isso mesmo, tem duas faces: uma é a realidade histórica, a ocorrência real da catástrofe; outra é a interpretação alegórica, enraizada no arquétipo coletivo e que o texto sagrado oferece. 

O Livro dos Espíritos explica o problema do dilúvio através dessas duas faces, a real e a lendária. 

É o que vemos no seu item 59, nas "Considerações e Concordância Bíblicas referentes à Criação" , que se podem resumir nestas palavras:-
- "O dilúvio de Noé foi uma catástrofe parcial, que se tomou pelo cataclismo geológico".

 Aliás, essa afirmação de Kardec foi posteriormente confirmada pelas investigações científicas.

O arqueólogo inglês sir Charles Leonardo Wooley descobriu ao norte de Basora, próximo ao Golfo Pérsico, ao dirigir as escavações para a descoberta dos restos da cidade de Ur, as camadas de lama do dilúvio mencionada na Bíblia. 

Pesquisas posteriores completaram a descoberta. 

O dilúvio parcial do delta dos rios Tigre e Eufrates é hoje uma realidade atestada pela Ciência. 

Foi esse dilúvio, ou seja, uma inundação parcial, que serviu de motivo histórico para a lenda bíblica.

Como acentua Kardec, nada perdeu com isso a Bíblia, nem a Religião. 

Mas ambas são diminuídas quando o fanatismo insiste em defender um absurdo, quando teima em dizer que Deus afogou o mundo nas águas de uma chuva de quarenta dias e fez Noé salvar-se, com a própria família e as privilegiadas famílias dos animais de cada espécie existente, para que a vida pudesse continuar na Terra. 

Sustentar como realidade histórica a figuração ingênua de uma lenda, conferindo-lhe ainda autoridade divina, é ridicularizar o sentimento religioso e minar as bases da concepção espiritual do mundo. 

Foi esse processo infeliz de ridicularização que levou o nosso tempo ao materialismo e à descrença que hoje o dominam. 

Que diriam os fanáticos da "palavra de Deus" ao saberem que o dilúvio bíblico tem por antecessores o dilúvio babilônico de Gilgamesch, historicamente chamado de "o Noé babilônico", e o dilúvio grego de Deucalião?

O Espiritismo esclarece esse problema, mostrando que o "arquétipo coletivo" do dilúvio é responsável pelo seu aparecimento em diversos capítulos da História das Religiões, e até mesmo na pré-História, entre os povos selvagens. 

É esse um dos pontos mais curiosos da psicologia das Religiões. 

Curioso notar que Deucalião, o Noé grego, e Pirra, sua mulher, tiveram três filhos, como aconteceu com Adão e Eva e depois com Noé. 

Em todas essas coincidências comprova-se a origem mitológica e a presença dos arquétipos coletivos nas passagens supostamente históricas da Bíblia.

Querer sustentar a realidade desses fenômenos ingênuos e impô-los ao povo como verdades divinas é querer confundir religião com superstição. 

O Espiritismo prefere esclarecer esses problemas à luz da razão. 

(...) Tudo nos mostra, numa análise cultural da Bíblia, que ela deve ser interpretada na perspectiva das civilizações agrárias, a que realmente pertence. 

A lenda do dilúvio, que é também um mito agrário e ocupa todo o espaço dos capítulo 6 a 10 da Gênesis, confirma plenamente o caráter local e racial do livro que as igrejas cristãs consideram como "palavra de Deus".

As civilizações agrárias, como acentuou Durkheim a respeito das cidades gregas, explicam-se pela Cosmossociologia. 

O cosmos participa das estruturas sociais, pois o homem está profundamente ligado à Natureza, entranhado na Terra. 

Por isso vemos, no dilúvio bíblico, Deus falando a Noé, este procurando embarcar todos os seres vivos na arca e servindo-se, depois, do corvo e da pomba para saber se o dilúvio acabara. Deus, homens e animais convivem e se entendem.

Não existe uma sociedade, mas uma cosmossociedade. 

A própria duração do dilúvio (quarenta dias) obedece a ritmos naturais, como o das estações, dos períodos lunares, das enchentes, dos períodos críticos da vida humana ou mesmo da gestação de animais ou do desenvolvimento dos vegetais. 

Noé solta um corvo da arca para saber se o dilúvio acabara; a seguir, uma pomba; sete dias depois (o número sete é também significativo) solta de novo a pomba e recolhe de volta com as mãos (símbolo carinhoso da relação homem-animal). 

Todos esses pormenores são encontrados nas lendas do dilúvio referentes a vários povos antigos da Ásia, da Europa e da América, entre os quais os índios brasileiros. 

Entre os índios do México e da Nova Califórnia, por exemplo, Noé se chama Coxcox e a pomba é substituída pelo colibri. 

Todos os Noés, seja o mesopotâmico, o grego, o mexicano, o celta (que se chamava Dwyfan e sua mulher Dwyfach), são avisados por Deus (naturalmente o Deus de cada um desses povos) que estava irritado com a corrupção do gênero humano e manda o seu escolhido construir uma arca.

Só mesmo uma ingenuidade excessiva poderia fazer-nos aceitar o relato público do dilúvio como uma realidade histórica ou divina. 

A lenda bíblica do dilúvio corresponde a um mito dessa fase bem conhecida da História dos povos antigos, que é a fase mitológica. 

Sua realidade não é histórica nem divina:-
- É simplesmente alegórica. 

O dilúvio é uma lenda que corresponde a um passado mitológico, comum a todos os povos.

 
Herculano Pires

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Livro dos Espíritos - 156 anos




 Allan  Kardec

Como este livro surgiu no mundo o Espiritismo. 

Sua primeira edição foi lançada a 18 de abril de 1857, em Paris, pelo editor E. Dentu, estabelecido no Falais Royal, Galérie d’0rléans, 13. 

Três novidades, à maneira das tríades druídicas, apareciam com este livro:-
a Doutrina Espírita, 
- a palavra Espiritismo, que a designava; 
- e o nome Allan Kardec, que provinha do passado celta das Gálias.

A primeira novidade era apresentada como antiga, em virtude de representar a eterna realidade espiritual, servindo de fundamento a todas as religiões de todos os tempos:-
- a Doutrina Espírita

Era, entretanto, a primeira vez que aparecia na sua inteireza, graças à revelação do Espírito de Verdade prometida pelo Cristo. 

A segunda, a palavra Espiritismo, era um neologismo criado por Kardec e desde aquele momento integrado na língua francesa e nos demais idiomas do mundo. 

A terceira representava a ressurreição do nome de um sacerdote druida desconhecido.
 Planchete


A maneira por que o livro fora escrito era também inteiramente nova. 

O "Prof. Denizard Hippolyte Léon Rivail" - Allan  Kaardec - fizera as perguntas que eram respondidas pelos Espíritos, sob a direção do Espírito de Verdade, através das cestinhas-de-bico. 

Psicografia indireta. 

Os médiuns, duas meninas, Caroline Baudin, de 16 anos, e Julie Baudin, de 14 anos, colocavam as mãos nas bordas da cesta e o lápis (o bico) escrevia numa lousa. 

Pelo mesmo processo, o livro foi revisado pelo Espírito de Verdade, através de outra menina, a Srtª Japhet

Outros médiuns foram posteriormente consultados e Kardec informa, em Obras Póstumas:-
“Foi dessa maneira que mais de dez médiuns prestaram concurso a esse trabalho”.

Este livro é, portanto, o resultado de um trabalho coletivo e conjugado entre o Céu e a Terra. 

O Prof. Denizard não o publicou com o seu nome ilustre de pedagogo e cientista, mas com o nome obscuro de Allan Kardec, que havia tido entre os druidas, na encarnação em que se preparava ativamente para a missão espírita. 

O nome obscuro suplantou o nome ilustre, pois representava, na Terra, a Falange do Consolador. 

Esta falange se constituía dos Espíritos Reveladores, sob a orientação do Espírito de Verdade e dos pioneiros encarnados, com Allan Kardec à frente.

A 16 de março de 1860, foi publicada a segunda edição deste livro, inteiramente revisto, reestruturado e aumentado por Kardec, sob orientação do Espírito de Verdade, que, desde a elaboração da primeira edição, já o avisara de que nem tudo podia ser feito naquela. 

Assim, a primeira edição foi o primeiro impacto da Doutrina Espírita no mundo, preparando ambiente para a segunda que a completaria. 

Toda a Doutrina Espírita está contida neste livro, de forma sintética, e foi posteriormente desenvolvida nos demais volumes da Codificação.

Escrito na forma dialogada da Filosofia Clássica, em linguagem clara e simples, para divulgação popular, este livro é um verdadeiro tratado filosófico que começa pela Metafísica, desenvolvendo com novas perspectivas a Ontologia, a Sociologia, a Psicologia, a Ética, e estabelecendo as ligações históricas de todas as fases da evolução humana em seus aspectos biológico, psíquico, social e espiritual. 

Um livro para ser estudado e meditado, com o auxílio dos demais volumes da Codificação.

José Herculano Pires
Tradutor – O Livro dos Espíritos – Ed. Lake
Saiba mais - Leia: