Excelente texto da Lilian Maial, sobre o homem apaixonado.
Recebi da amiga Daysi Balsini e achei por bem dividí-los com vocês.
Eis o
texto (É longo, eu sei, mas vale a pena.
Além do mais, lê quem quer):-
**********
Se você conheceu um homem apaixonado, verdadeiramente apaixonado, você conheceu o que há de melhor nesse mundo.
É fácil e comum, nos dias de hoje, encontrar uma mulher apaixonada.
As
mulheres parecem ter sido feitas para a paixão (ao menos é o que nos
dizem desde que nascemos).
Mas homens, esses foram feitos para as
batalhas sangrentas do dia a dia, para as dificuldades financeiras, para
a luta pela sobrevivência, para o silêncio de sentimentos (assim pensa a
nossa sociedade).
Os homens foram tão massacrados de responsabilidades e estigmas de carregar o mundo nas costas, que nem se deram conta de sua própria necessidade de amor e paixão.
Fingem tão bem não ligar, reduzem o amor a
conquistas, a disputas, a objetivos práticos a serem alcançados que,
assim que atingem tal objetivo, o objeto passa a não exercer o mesmo
fascínio.
Tudo bem, é por aí.
Mas e quando Cupido decide flechar de verdade o
coração masculino?
Como reage esse coração, tão pouco acostumado a
sofrer por amor, a manter alguém 24 horas por dia em seu pensamento?
Gente, é lindo!
É tão lindo quanto ver uma criança dando seus primeiros
passos, ou vendo um passarinho dar seu primeiro vôo, ou como namorados
dando seu primeiro beijo.
Ele (o homem) é pego de surpresa e reage de forma surpreendente.
Torna-se vulnerável, emotivo, passa a prestar atenção em letras de
músicas, em flores, em poemas, em vitrines, em praças, em crianças.
Ele
passa subitamente a gostar de lojas, de receitas, de moda e perfumaria.
Fica entendido em cremes e cheiros, em livros, em drinks.
Passa a ser
expert em assuntos exóticos.
Acorda e dorme cantarolando. Isso tudo
porque a amada tem seu mundo e é seu mundo.
O espelho passa a exercer atração.
Geralmente muda o corte do cabelo, a
barba e o bigode (tira, se tem, deixa crescer, se não tem).
Fica
vaidoso, sensível e bobinho. Adorável bobinho.
Mas… esconde!
Ah, parece ser pecado se apaixonar!
Deve ser uma terrível gafe demonstrar sentimentos.
Aparentemente é condenável ser simplesmente humano.
Sabe aquela coisa do “lado feminino”?
Balela.
Não existe essa dicotomia.
Todos temos de tudo dentro de nós.
O poder, a beleza, o bem, o mal, o
masculino e o feminino, o yin e o yang.
Mas esse homem apaixonado passa a ser exigente, a ter carências e vicissitudes.
E se você souber manter essa chama acesa, souber lidar com
esse homem enfeitiçado, será uma mulher abençoada, porque ele é capaz
de tudo para ver você feliz.
Ah, esse homem não medirá esforços.
Não haverá obstáculos capazes de
detê-lo na empreitada da sua felicidade.
Ele acordará com a força de um
Hércules, a disposição de um atleta, a perseverança de um monge, e a
fragilidade de uma criança.
Acolha-o.
Sinta-o.
Mime-o.
Ame-o.
Deixe-o sentir seu amor fluir.
Alimente-o de afagos, de agrados, de elogios.
Mostre a ele a correspondência de sentimentos, mas não o prenda.
Deixe-o livre para escolher você, escolher estar com você, preferir você a qualquer coisa.
Mas por vontade dele.
Creio que o erro de muitas mulheres é querer prender seu homem, controlar seus passos, cercá-lo não de afeto, mas de desconfiança.
O homem apaixonado é seu.
Está apaixonado, encantado, tem um mundo novo e muitas das vezes não sabe lidar com ele.
Também fica inseguro, ciumento, quer agradar, quer inundá-la de carinhos, mas quer manter sua habitual liberdade.
E em nome desse novo amor, desse sentimento que o fragiliza tanto, talvez sufoque essa liberdade que sempre teve e que sempre foi-lhe ensinado assim.
Mas isso, com o tempo, certamente o deixará limitado e
cansado, levando a um desgaste no relacionamento.
Então, o que fazer?
Não há fórmulas.
Não há receitas de bolo.
Há sim uma necessidade de entendimento, de espaço, de respeito mútuo.
Há que se lidar com a liberdade assim como se lida com a delicadeza da paixão.
Há que se estabelecer limites.
O outro é o outro, você é você.
Não se pode amar ao outro se não se ama a si próprio.
O outro não é seu espelho e nem seu ideal e objetivo.
Nada de se anular em função do amor.
Essa é a diferença entre a mulher apaixonada e o homem apaixonado.
Ele não ama menos, não sente menos, não sofre menos por amor.
Apenas ele sempre teve sua individualidade.
A sociedade o permitiu desde
o início dos tempos, enquanto nós, mulheres, aos poucos vamos ganhando
terreno na igualdade de direitos, inclusive o direito de se amar, o
direito a seu espaço individual na relação a dois.
Sendo assim, ao dar de cara com um homem apaixonado, ao se apaixonar por ele, não abra mão de seu espaço, de sua individualidade, porque só assim poderá entender a postura dele e aproveitarão tudo o que a paixão e o amor correspondidos podem fornecer de forma sadia a ambos.
Curta seu homem, estrague-o de tanto amá-lo, e seja feliz!…
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