quarta-feira, 14 de junho de 2017

E a vida continua .....


E a vida continua ....


“Eu estava num hospital… 

Deparei-me com um filme retratando todos os momentos de minha vida. 

Perguntei-me:-
- Por que meus sobrinhos – que tinham o hábito de a tudo filmar – estavam me mostrando aquelas cenas? 

Só que – pensei de imediato – não poderiam ter gravado aqueles momentos. 

Uns retratavam minha infância; outros momentos íntimos; até mesmo, inexplicavelmente, quando ainda estava no útero materno. 

Adormeci e acordei num hospital diferente. 

Só aí me dei conta de que havia desencarnado…” 

O internauta tem o direito de não acreditar em vida após a morte. 

É um direito, que respeitamos! 

Contudo, permita-nos narrar um caso ocorrido numa reunião de socorro e esclarecimento a espíritos desencarnados, cuja participação é restrita a espíritas militantes, com conhecimento de causa, obrigados a manter sigilo do ocorrido e profundo respeito à vida íntima dos comunicantes. 

Tanto é que o caso será narrado sem identificar nome e/ou dados que possam identificar a família do falecido.
 
Sabemos que cada indivíduo faz a sua “viagem” de forma peculiar. 

Apesar disto, em quase toda passagem, o espírito, geralmente, defronta-se com um fato admirável:-
- O retrospecto detalhado de sua concluída existência. Revive as cenas e as emoções. 

Um filme sem corte, cujo desenvolvimento já não se pode mudar.

Os irmãos espirituais nos transmitem as suas experiências, a fim de que possamos valorizar e ponderar nossa conduta diária. 

Na codificação e obras espírita encontramos testemunhos similares. 

“Toda a minha existência se desdobrou na memória.”

2 “Num relance, vi tudo que tinha realizado durante a vida e o que se espera para a hora do julgamento, com o bem e o mal praticados.”

3 Após o relato em epígrafe, solicitou-me o amigo espiritual:- - “…diga a todos que a vida continua e que estamos sujeitos à lei de causa e efeito”. 

Por ser de interesse geral, aqui estou satisfazendo a sua vontade neste informativo.

Notei, por minha vez, que a preocupação maior do espírito amigo não era informar que a morte não existe, mas, sobretudo, que somos responsáveis pelos nossos atos e que sempre devemos fazer o melhor.

A vida continua…

De fato, é confortador saber que somos eternos. 

Agora, útil sobremaneira é a consciência da importância da nossa ação. 

Às vezes, o ser humano se esquece de que está sujeito à lei de ação e reação.

A retrospectiva geral de sua finda existência carnal proporciona ao espírito plena consciência da importância da conduta diária (ação). 

A memória revive cada ato do cotidiano vivido. 

Cada momento está gravado. 

A recordação, às vezes, é torturante, uma vez que o espírito chega à conclusão de que poderia ter sido mais paciente, atencioso, fiel, calmo, disciplinado, persistente; percebe, não raro, que perdeu grande oportunidade de agradecer, de elogiar; o dever não foi fielmente cumprido; não precisava ser exigente, incompreensivo.

E o nosso irmão suicida?

Que decepção ao saber que tudo poderia ter sido mudado sem a fuga indevida? 

Quando se informa que o alívio estava próximo, o ato de se matar, de não confiar na misericórdia Divina, queima a alma.

O recado é este:-
-  Em cada obra, o zelo; 
- Num simples gesto, a manifestação de carinho; 
- No olhar, a confissão de amor; 
- A misericórdia estimulante perante o erro; 
- No desespero, a religiosidade; 
- Em cada palavra, estímulo, gratidão, equilíbrio. 

Intenção e ação.

Em síntese, o cuidado incessante em plantar aquilo que dê bons frutos.

E, para isto, não devemos aguardar pelo último dia. 

Hoje é o momento. 

Amanhã poderá ser tarde, dando azo a lamentação.

Numa entrevista perante uma emissora de televisão, informou-nos o médico psiquiatra e escritor Roberto Shinyashiky4 que, após acompanhar vários pacientes terminais, pode constatar que a maioria das pessoas morre arrependida pela maneira como viveram. 

Esclarece-nos que vários agonizantes confessaram os motivos de arrependimento. 

E eles não são variados. 

Em resumo, noticia que os motivos de contrição, salvo raras exceções, são:-
- a) não amaram; 
-b) não curtiram os filhos, estimulando-lhes a potencialidade; e 
- c) não perseguiram os sonhos.

Portanto, somos eternos. 

Esta verdade não deve ser causa à protelação, mas, sobretudo, incentivo à realização diária, visto que a felicidade futura é obra do “agora”. 

Agindo bem hoje, teremos a oportunidade de visualizar num futuro próximo uma história com final feliz, envolta de frutos divinos, num telão exclusivo: “…nossa consciência”.

Agradecemos ao irmão pela lição inesquecível.

[1] Um amigo espiritual, na reunião do dia 1º de Outubro de 1.999, na Casa Espírita Emmanuel.
 
2 O CÉU E O INFÉRNO, Cap. II, Espíritos Felizes, inciso I, item 7
 
3 O QUE É A MORTE, Carlos Imbassahy, Coleção científica edicel, nº 08, 3ª edi., Cap. “Além do véu”. Pág. 144.
 
4 ROBERTO SHINYASHIKY, Psiquiatra e consultor Organizacional. 
Presidente do Instituto GENTE, entrevista na Rede vida, no dia 22 de Setembro de 1.999.


Despertar Espiritual

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