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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Como Não ?


Como Não ?

Espíritas generosos visitavam a grande colônia de alienados mentais, em tarefa de assistência.

Manhã fria, muito fria.

Aqui, era alguém distribuindo cobertores.

Adiante, senhoras entregavam agasalhos.

Avelino Penedo, velho pregador dos princípios kardequianos, muito ligado aos aperitivos, entra na pequena farmácia do instituto, retira certa quantidade de conhaque de alcatrão e, esfregando os dedos, volta à intimidade dos companheiros.

- Minha gente! – diz ele – a casa parece sorvete! 

- Quem quer uma talagada?

Todos os circunstantes agradecem e recusam.

Percebendo-se só, diante do cálice já servido, Avelino, sem graça, aproxima-se de um dos internados e indaga:


- Você quer, meu irmão?

- Como não? – responde o enfermo.

E estendendo a mão ossuda na direção do copo, acentuou, sorrindo, de modo estranho:-

- Todo louco bebe. 

Livro:- Almas em Desfile
Hilário Silva
Francisco Cândido Xavier

domingo, 31 de julho de 2016

Solução Natural


Solução Natural

 
Os Espíritos Benfeitores já não sabiam como atender à pobre senhora obsidiada.

Perseguidor e Perseguida estavam mentalmente associados à maneira de polpa e casca no futuro.

Os Amigos Desencarnados tentaram afastar o obsessor, induzindo a jovem senhora a esquecê-lo, mas debalde.

Se tropeçava na rua, a moça pensava nele...

Se alfinetava um dedo em serviço, atribuía-lhe o golpe...

Se o marido estivesse irritado, dizia-se vítima do verdugo invisível...

Se a cabeça doía, acusava-o...

Se uma xícara se espatifasse no trabalho doméstico, imaginava-se atacada por ele...

Se aparecesse leve dificuldade econômica, transformava a prece em crítica ao desencarnado infeliz...

Reconhecendo que a interessada não encontrava libertação por teimosia, os Instrutores Espirituais, ligaram os dois – a doente e o acompanhante invisível – em laços fluídicos mais profundos, até que ele renasceu dela mesma, por filho necessitado de carinho e de compaixão.
 
Os benfeitores descansaram.

O obsessor descansou.

A obsidiada descansou. 

O esposo dela descansou.

Transformar obsessores em filhos, com a bênção da Providência Divina, para me haja paz nos corações e equilíbrio nos lares, muita vez, é a única solução.

Livro:- Caminho Espírita 
Hilário Silva 
 Chico Xavier

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Solução Natural


Solução Natural


Os Espíritos benfeitores já não sabiam como atender à pobre senhora obsidiada.

Perseguidor e perseguida estavam mentalmente associados à maneira de polpa e casca no futuro.

Os Amigos desencarnados tentaram afastar o obsessor, induzindo a jovem senhora a esquecê-lo, mas debalde.

Se tropeçava na rua, a moça pensava nele...

Se alfinetava um dedo em serviço, atribuía-lhe o golpe...

Se o marido estivesse irritado, dizia-se vítima do verdugo invisível...

Se a cabeça doía, acusava-o...

Se uma xícara se espatifasse no trabalho doméstico, imaginava-se atacada por ele...

Se aparecesse leve dificuldade econômica, transformava a prece em crítica ao desencarnado infeliz...

Reconhecendo que a interessada não encontrava libertação por teimosia, os Instrutores Espirituais, ligaram os dois – a doente e o acompanhante invisível, em laços fluídicos mais profundos, até que Ele renasceu dela mesma, por filho necessitado de carinho e de compaixão.

Os benfeitores descansaram.

O obsessor descansou.

A obsidiada descansou.

O esposo dela descansou.

Transformar Obsessores em Filhos, com a Bênção da Providência Divina, para me haja Paz nos Corações e Equilíbrio nos Lares, muita vez, é a Única Solução.

Livro:- Caminho Espírita
Hilário Silva
Francisco Cândido Xavier
 
 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Colher e Garganta


Colher e Garganta

            Imaginemos a língua como sendo a colher do sentimento.
            Mentalizemos o ouvido por garganta da alma.
            Tudo o que falamos é ingrediente para a digestão espiritual.
            Bondade é pão invisível.
            Gentileza é água pura.
            Otimismo é reconstituinte.
            Consolação é analgésico.
            Esclarecimento construtivo é vitamina mental.
            Paciência é antitóxico.
            Perdão é cirurgia reajustante.
            Queixa é vinagre.
            Censura é pimenta.
            Crueldade é veneno.
            Calúnia é corrosivo.
            Conversa inútil é excedente enfermiço.
            Maledicência é comida deteriorada.
            Falando, edificamos.
            Falando, destruímos.
            Falando, ferimos.
            Falando, medicamos.
            Falando, curamos.
            Disse o Divino Mestre:-
- “Bem-aventurados os pacificadores...”
            Usemos para com os outros o alimento da Paz, porque, estendendo Paz aos outros, asseguramos Paz a nós mesmos.
            E, com a Paz, conseguiremos possuir espaço e tempo terrestres, em dimensões maiores, para que aprendamos e possamos, realmente, servir.
Livro:- O Espírito da Verdade 
 Hilário Silva 
 Chico Xavier

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Graças a Deus


Graças a Deus

Sozinho.
No velho "Sítio da Quitéria", que herdara dos avós, Anselmo Pires, apesar da movimentação dos empregados, sentia-se sozinho.
Desde que a morte lhe arrebatara Antônia, a companheira de muitos anos, estava espiritualmente só na casa grande.

A princípio adoecera. 


Acamado, pedia que lhe dessem veneno. 

Queria desertar da existência, abandonar o mundo...

Amigos, porem, chegaram generosos e providenciais. 

E o velho Pires foi conduzido a um templo espírita, à procura de socorro moral. 

Embora desarvorado, começou a ouvir as interpretações do Evangelho, em novo sentido, e começou a melhorar. 

As palavras de fé e amor que escutava, atento, penetravam-no como bálsamo santo. 

Os livros espíritas, desempenhando o papel de conselheiros silenciosos, imprimiram-lhe novo rumo às meditações. 

A prece, no ambiente dos companheiros, parecia-lhe agora alimento insubstituível.


E, certa noite, ao pé dos irmãos de fé, sobreviera a grande surpresa. 

Desabrochou-lhe de súbita a clarividência. 

Viu Antônia, rediviva, ao seu lado... 

Chorando, ouvia-a pronunciar as antigas frases de carinho e confiança, a pedir-lhe mais ampla renovação. 

Desde essa hora, a existência de Pires mudara completamente.

Estava sozinhos mas desfrutando alegria misteriosa.

Não acreditava apenas. 


Sabia, tinha certeza. 

Reencontraria a esposa abnegada e inesquecível num mundo melhor. 

E, por isso, já não era somente o arrendatário das terras que possuía. 

Fizera-se, de todos os meeiros e assalariados, o amigo e o benfeitor. 

Reformara os próprios hábitos. 

Dispunha de horário para visitar os doentes e tinha tempo para conversar com os meninos esfarrapados da vizinhança, fosse para solucionar-lhes as necessidades ou para guiá-los no aproveitamento da escola.
Com a vida transformada, surgira, no entanto, um problema.

Anselmo fora caçador inveterado e possuía vasta coleção de espingardas e lâminas, revólveres e chuços, tudo em madeira primorosamente trabalhada. 


Verdadeira sala de armas. 

 Amigos, de passagem, visitavam-lhe a coleção, como quem surpreendia valioso setor de museu.

O acervo de preciosidades era avaliado em seiscentos mil cruzeiros, incluindo duas telas notáveis pela, precisão dos traços e das cores, em que se viam grandes cães estraçalhando coelhos inermes.

Anselmo envergonhava-se, agora, de reter semelhante material.

Ele que ensinava, atualmente, princípios de compaixão e caridade, não sentia satisfação em contemplar aquilo. 


Com o desapontamento de quem pedia perdão à Natureza, recordava o tempo em que se punha a perseguir codornizes e pacas e a experimentar o gatilho em pombos e nhambus assustados.

Nesse dia, parara por muito tempo no paiol velho, a que mandara recolher, descontente consigo próprio, dois grandes alambiques em que fazia a destilação de aguardente.

Ora, ora! 

Ele, espírita, como incentivar o alcoolismo? 

Alambiques, no engenho, agora, não tinham razão de ser.

Desparafusou as máquinas e colocou-as no galpão de bugigangas.

Em seguida, num ato de bravura moral para consigo mesmo, transferiu para o antigo paiol todas as armas de que se ufanara tanto tempo! 


Espingardas de suas costumeiras excursões à região do Araguaia, armas que haviam pertencido ao Conde dEu, armas que haviam sido usadas pelo bisavô, em terras do Paraguai, armas que o sogro lhe deixara em recordação de afanosas caçadas ao javali em Mato Grosso... 

Juntou-as aos dois grandes painéis que lembravam pobres coelhos expondo vísceras sangrentas e comunicou à governanta que a sala de armas teria outro destino...

A seguir, Anselmo pensou, pensou...

Como desvencilhar-se de semelhantes apetrechos? 

Não mais fabricaria aguardente, não mais caçaria animais indefesos...

Entretanto, o material representava significativa fortuna.

Vendido, resultaria em patrimônio importante para qualquer instituição de beneficência ou conseguiria ajudar a independência econômica de qualquer dos abnegados companheiros de serviço que o cercavam. 


Mas seria justo – refletiu – entregar aos outros o que se fizera prejudicial a ele mesmo?

Dois dias passaram, sem que a solução lhe viesse à pergunta íntima.

Orou, pedindo a inspiração do Alto; contudo, mesmo assim, a idéia-chave não lhe surgiu à cabeça.

Em razão disso, intrigado, resolveu ir à cidade próxima, onde consultaria um benfeitor espiritual, através de um médium amigo. 


Expor-lhe-ia o caso. 

No entanto, o instrumento a que recorreria estava ausente. 

Pires visitou esse e aquele amigo. 

Trouxe a questão à baila. 

Mas nenhum deles, após ouvi-la, emitiu opinião em caráter definitivo. 

Tudo incerto.

É muito dinheiro, quase um milhão...

A resposta vinha reticencioso, de quase todos.

Pires, desalentado, tomou a charrete para a volta e outro assunto não lhe vinha ao pensamento que não fosse o montão de coisas indesejáveis a esperar-lhe a decisão.  

Quase ao chegar a casa, porém, não somente avistou o bambual novo a dançar ao vento, como grande parada de bailarinos, mas também o Zé Guindo, antigo servidor da fazenda, montando o alazão de serviço, em plena disparada ao encontro dele mesmo.

– Que teria acontecido?

Mas o inquieto sitiante não teve muito tempo na indagação, porque o Zé, acercando-se do veículo, disse logo:-

– “Seu” Anselmo, venha depressa! 

Depressa!

– Que há, homem de Deus?

– Incêndio no paiol! 


As crianças começaram a brincar perto e o fogo está lavrando...
 – Que paiol?

– O paiol onde o senhor guardou os alambiques...

Foi então que Anselmo, como se alijasse pesada carga, iluminou o semblante de alegria que, a entremostrar-se num sorriso, estourou numa risada franca.

– Que há, patrão? – gritou o moço, aflito.

Anselmo, porém, respondeu alegremente:

– Graças a Deus, Graças a Deus!

Pires encontrara a solução ao problema que tanto o acabrunhava, mas o empregado guardava a convicção de que o velho patrão estava caduco...

Livro:- Almas em Desfile
Hilário Silva 
Francisco Cândido Xavier

sábado, 31 de agosto de 2013

Página de Anália



 Página de Anália


A doente se queixava em desespero, a senhora que lhe velavao leito perguntou:-
- Permite que eu leia para seu reconforto algum pequeno trecho de Allan Kardec?

- Deus me livre! – gritou a enferma, cuspindo-lhe aos pés.

Ainda assim, as mãos abnegadas da companheira continuaram ajeitando-lhe os lençóis…


- Quero água! – exigiu a doente.

A amiga trouxe-lhe água pura e fresca.

De copo às mãos, a enferma, num ímpeto, atirou-lhe todo o líquido à face, vociferando:-
- Água imunda!… 

Como se atreve a tanto? 

Quero outra!

Paciente e humilde, a senhora enxugou o rosto molhado e, em seguida, trouxe mais água.

- Quero chá.

E o chá surgiu logo.

- Chá malfeito! 

Chá frio! 

O conteúdo da taça foi projetado ao peito da outra, ensopando-lhe a blusa.
- Traga chá quente! 

Foi a ordem obedecida.

- Você aceita agora o remédio? – indagou a assistente.

- Que venha depressa.

Ao tomar, contudo, a poção, a dama inconformada agarra a colher e vibra um golpe no braço da amiga.

Surge pequeno ferimento, mostrando sangue.

E a enferma cai em crise de lágrimas.

Chora, chora e depois diz:-
- Anália, se a religião espírita que você abraçou é o que lhe ensina a me suportar com tanta calma, leia o que quiser.

A interpelada sentou-se.

Tomou “O Evangelho segundo o Espiritismo” e leu a formosa página intitulada A Paciência, no capítulo IX, que começa afirmando:-
- “A dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos…”

Acalmou-se a doente, que acabou aceitando o socorro do passe e o benefício da água fluída.

Conversaram ambas.

A enferma, asserenada, ouviu da companheira os planos que arquitetava para o futuro, em benefício dos meninos abandonados à rua.

No dia seguinte, ao despedir-se, a obsidiada em reequilíbrio beijava-lhe as mãos e dava-lhe os primeiros dois contos de réis para começar a grande obra.

Essa enfermeira admirável de carinho e devotamento era Anália Franco, a heroína da Seara espírita paulista, que se fez sublime benfeitora das criancinhas desamparadas.

Hilário Silva
Psicografado por Francisco Cândido Xavier

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