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sábado, 30 de janeiro de 2016

Bom Dia !




"Cale a boca das ansiedades, que clama vozes incongruentes, expressando inquietudes íntimas e faça silêncio para orar.
Tome com os lábios do coração o murmúrio da Esperança e module a melodia da prece no país da alma, deixando que as brandas consolações que ressumbram dos apelos aos Céus harmonizem as emoções interiores em desalinho.
A oração é couraça de luz que defende por dentro, imunizando por fora.
Veículo dos soluços da Terra, converte-se em luz que jorra de cima como Divina resposta em fulgurações inspirativas.
Orvalho refrescante acalma, consola e alimenta.
Em verdade não liberta dos sofrimentos nem afasta das provações ...
Sol abençoado dilata a visão, facultando o discernimento e aclarando os limites do entendimento.
... Orar, pois, para pedir e, orar, também, para agradecer.
Pedir, situando o pensamento nas nascentes sublimes da Vida Superior, e agradecer, para ficar as Harmonias recebidas e experimentando o júbilo de quem, reconhecido e emocionado, captou a Divina resposta.
Orar Sempre e Constantemente para sair da Aflição, evitar a tentação, dominar a ira e entender o sofrimentos - ignorada mestre - que segue com o Espírito estrada a fora sublimando a imortalidade."

"A Prece segundo os Espíritos"
Amélia Rodrigues
Divaldo Pereira Franco


sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Reflexão 4


Reflexão 4

"(...) Ao pôr do Sol, doentes com diversas enfermidades, iam a Ele, impondo as mãos a cada um deles,  curava-os. 

Também de muitos saíam espíritos, que gritavam e diziam:- - Tu és o Filho de Deus! 
Mas Ele repreendia-os e não os deixava falar, porque sabiam que Ele era o Messias, e a hora da revelação ainda não chegara. 

Cada questão em seu momento próprio, e era necessário preparar o campo, fertilizá-lo, a fim de que as sementes de luz pudessem germinar e o Novo Dia se instalasse nos corações. 

Terminada a tarefa junto dos aflitos pelos próprios erros, aos amarrados a tresvarios obsessivos por consciência culpada, aos desesperados por haverem perdido a direção de si mesmos, o Mestre retirou-se, para sintonizar com Deus, a Inexaurível Fonte de Vida. 
Procurado insistentemente pelas sucessivas ondas de necessitados que chegavam, intérminas, Ele explicou:-

- Tenho também que anunciar a Boa Nova do reino de Deus às outras cidades, pois para que isso fui enviado. 

... E saiu a pregar nos campos, nas aldeias, nas sinagogas, nas praças, nas praias, em toda a parte onde se fizesse necessário. 

A primavera espiritual que Ele iniciava jamais se transformaria em outono de desesperança ou de inverno de sofrimento insuportável, porque Ele permanecia para sempre como o incomparável dispensador de bênçãos, renovando as paisagens do mundo moral da criatura humana de todos os tempos futuros (...)"

Livro:- Até o fim dos tempos
AMÉLIA RODRIGUES
Divaldo Franco

domingo, 7 de dezembro de 2014

Poema de Gratidão !


Poema de Gratidão !

"Muito obrigada, Senhor!
Muito obrigada pelo que me deste!
Muito obrigada pelo que me dás!

Obrigada pelo Pão, pela Vida, pelo Ar, pela Paz !!!

Muito obrigada pela Beleza que os meus olhos vêem no altar da natureza.
Olhos que fitam o Céu, a Terra e o Mar,
Que acompanham a ave ligeira, que corre fagueira, pelo céu de anil,
E se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil.


Muito obrigada Senhor!
Porque eu posso ver meu amor.
Mas diante da minha visão,
Eu detecto cegos guiando na escuridão,
que tropeçam na multidão,
que choram na solidão.

Por eles eu oro e a Ti imploro comiseração, porque eu sei que depois desta lida, na outra vida, eles também enxergarão!


Muito obrigada Senhor!
Pelos Ouvidos meus que me foram dados por Deus.
Ouvidos que ouvem o tamborilar da Chuva no Telheiro
A melodia do vento nos ramos do olmeiro
As lágrimas que vertem os olhos do mundo inteiro!

Ouvidos que ouvem a música do povo que desce do morro na praça a cantar.
A melodia dos imortais, que se houve uma vez e ninguém a esquece nunca mais!
A voz melodiosa, canora, melancólica do boiadeiro.
E a dor que geme e que chora no coração do mundo inteiro!

Pela minha Alegria de ouvir, pelos surdos, eu Te quero pedir
Porque eu sei,
Que depois desta dor, no Teu reino de Amor, voltarão a sentir!


Obrigada pela minha Voz,
Mas também pela Sua Voz,
Pela voz que canta,
Que ama, que ensina, que alfabetiza,
Que trauteia uma canção,
E que o Teu nome profere com sentida emoção!

Diante da minha melodia,
Eu quero rogar pelos que sofrem de afazia.
Eles não cantam de noite, eles não falam de dia.
Oro por eles,
Porque eu sei, que depois desta prova, na vida nova,
Eles cantarão!


Obrigada Senhor!
Pelas minhas Mãos,
Mas também pelas mãos que aram,
Que semeiam, que agasalham.
Mãos de ternura que libertam da amargura,
Mãos que apertam mãos,
De Caridade, de Solidariedade !
Mãos dos adeuses,
Que ficam feridas,
Que enxugam lágrimas e dores sofridas!

Pelas mãos de Sinfonias, de Poesias, de Cirurgias, de Psicografias!
Pelas mãos que atendem a velhice,
A dor,
O desamor!
Pelas mãos que no seio embalam o corpo de um filho alheio sem receio!
E pelos Pés que me levam a andar, sem reclamar!


Obrigada Senhor!
Porque me Posso Movimentar.
Diante do meu corpo perfeito
Eu Te quero rogar
Porque eu vejo na Terra
Aleijados, amputados, decepados, paralisados, que se não podem movimentar.

Eu oro por eles,
Porque eu sei, que depois desta expiação,
Na outra reencarnação,
Eles também bailarão!


Obrigada, por fim, pelo meu Lar.

É tão Maravilhoso ter um Lar!!!
Não é importante se este Lar é uma mansão, se é uma favela, uma tapera, um ninho, um grabato de dor, um bangalô, uma casa do caminho ou seja lá o que for.

Que dentro dele, exista a figura,
do Amor de Mãe, ou de Pai,
De mulher ou de marido,
De filho ou de irmão,
A presença de um Amigo,
A companhia de um cão,
Alguém que nos dê a mão!

Mas se eu a ninguém tiver para me amar,
Nem um tecto para me agasalhar,
nem uma cama para me deitar,
Nem aí reclamarei.
Pelo contrário, eu Te direi:-

Obrigada Senhor!
Porque eu nasci!
Obrigada porque creio em Ti !
Pelo Teu Amor, Obrigada Senhor!"

 Amélia Rodrigues 
Divaldo Pereira Franco

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Perdão Radical


Perdão Radical

As sublimes lições não paravam de iluminar as consciências dos discípulos interessados no conhecimento da Verdade.

Cada momento em companhia do Mestre amado revestia-se de um aprendizado inolvidável.

Jamais houvera alguém que pudesse, como Ele o fazia, cantar a beleza da sabedoria com a linguagem singela de um lírio alvinitente em pleno chavascal.

As Suas palavras eram como pérolas reluzentes que formavam colares luminosos na consciência dos ouvintes.

Ele nunca se repetia. 

Com as mesmas palavras entretecia variações incomuns em torno dos temas do cotidiano, oferecendo soluções simples, às vezes, profundas, com a mesma naturalidade com que se referia ao Pai, o Seu Abba.

Ressoavam nos refolhos das almas o canto incomparável do Sermão da Montanha, que se lhes tornara o novo norte para o avanço no rumo da augusta plenitude.

Cada bem-aventurança era portadora de um novo conteúdo, como sendo a diretriz soberana do amor em relação ao futuro da Humanidade.

Ninguém ficava à margem, nenhum sentimento era esquecido e a fonte de inexaurível sabedoria continuava a fluir a água lustral dos ensinamentos imortais.

Ele parecia ter pressa de preparar os amigos, embora não fosse apressado.

Eram tantas as necessidades humanas que não era possível desperdiçar o tempo em cogitações da banalidade e emprego das horas em pequenezes habituais do comportamento.

Mais de uma vez Ele falara sobre a emoção do amor e a bênção do perdão, sendo porém enfático em todas elas.

O perdão é sempre melhor para aquele que o concede.

Para que não ficasse esquecido entre as preocupações que assaltavam os amigos, na sua labuta diária, Ele voltava ao tema com novas composições.

Já lhes dissera que se fazia indispensável perdoar setenta vezes sete vezes, o que significava perdoar incessante, ininterruptamente...

Naquela oportunidade ímpar, complementou o ensinamento, referindo-se à conduta pessoal de cada criatura:-
- Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta...

... Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda e sejas lançado na prisão.

Em verdade, vos digo que de maneira nenhuma saireis dali enquanto não pagardes o último ceitil. (*)

Tratava-se da aplicação da misericórdia nos relacionamentos, de modo a manter-se a consciência de paz.

Nesse sentido, a compaixão em relação aos erros alheios assumia papel de preponderância, mas os amigos aturdidos compreendiam que lhes era muito difícil a mudança de conduta, habituados ao desforço em relação àqueles que os prejudicavam.

Assim pensando, após a exposição do Senhor, Tiago perguntou-Lhe, recordando-se da severidade da Lei Antiga:-
- Como é possível, Mestre, permitir-se que o agressor fique impune, após a prática do seu ato perverso?

O Iluminado olhou-o com imensa ternura, por saber que ele era cumpridor dos deveres, severo em relação a si mesmo, portanto, exigente no que diz respeito ao comportamento dos outros e compreendeu-lhe a inquietação.

Após um breve silêncio, ante o zimbório celeste, recamado de estrelas que lucilavam ao longe, respondeu benigno:-
- As águas do rio limpam as margens e o leito por onde correm, transformando e decompondo o lixo e a imundície em rico adubo mais adiante, levados pela correnteza.

Assim também o amor de misericórdia transforma a agressão em bênção para a vítima, auxiliando o inimigo a purificar-se, ao largo do percurso evolutivo.

Quando se perdoa, isto não implica anuência com o erro, com o crime, com o descalabro do outro. 

Não se trata de desconhecer a atitude infeliz, mas objetiva não retaliar o outro, não aguardar oportunidade para nele desforçar-se.

Não devolver o mal que se sofre é o início do ato de perdoar.

 Compreender, porém, que o outro, o agressor, é infeliz, que ele se compraz em malsinar porque é atormentado, constitui a melhor reflexão para o perdão radical, o perdão sem reservas.

Ninguém tem o direito de oferecer ao Pai suas orações e dádivas de devotamento, se tem fechado o coração para o seu próximo, aquele que, na sua desdita, derrama fel sobre os outros e cobre a senda que percorrerá no futuro com os espinhos da própria insanidade.

Ter adversário é fenômeno normal na trajetória de todas as criaturas, no entanto, deve-se evitar ser-lhe também inamistoso, igualando-se em fraqueza moral e desdita interior. 

Quem assim se comporta também sofrerá julgamento da autoridade, a quem seja apresentada queixa, e essa poderá exigir-lhe o ressarcimento do mal até o último e mínimo ultraje.

É o que ocorre com qualquer ofensor ou ofendido magoado.

É obrigado a refazer o caminho sob a jurisdição divina, até quitar-se de todas as mazelas e débitos morais.

O interrogante, no entanto, insistiu:-
- Como então fica a justiça diante daquele que lhe desrespeita os códigos austeros?

O Amigo compassivo compreendeu a inquietação do companheiro e elucidou:-
- A questão da justiça não pertence ao ofendido, mas aos legisladores que aplicarão a penalidade corretora que se enquadre nos códigos legais. 

E quando isso não ocorre, a sabedoria divina impõe-se ao calceta, que carrega na consciência o delito, fazendo-o ressarcir os danos com a sua cooperação ou sofrendo os efeitos do mal que praticou, imputando-se sofrimentos reparadores. 

Ninguém consegue fugir à consciência indefinidamente, porque sempre há um despertar para a realidade transcendental.

Mas, Mestre, nesse caso, todos os crimes de qualquer porte devem ser perdoados e esquecidos? 

- Instou, inquieto,

Serenamente, Jesus retorquiu:
- Não há crime imperdoável. 

Há, sim, mágoas exageradas. 

Quem não tem condutas reprocháveis ao longo da existência, por mais austero seja em relação a si mesmo, observando os Códigos da justiça e da religião? 

Quantas vezes, em momentos de infelicidade e de ira, pessoas boas e generosas, devotadas ao Pai e ao dever, rebelam-se e agem incorretamente? 

Será justo desconhecer-lhes toda uma trajetória de dignidade por um momento de alucinação, de torpor mental pela ira asselvajada que lhe tomou a consciência?

É necessário, portanto, perdoar-se todas as formas de agressão, entregando-as ao amor do Pai Incomparável, a tomar nas mãos a lei e a justiça, aplicando-as conforme o desconforto de que se é objeto.

Assim fazendo, torna-se digno de também ser perdoado.

Esse é o sublime comportamento do amor, em forma de benignidade para com o próximo, o irmão da retaguarda evolutiva.

Depois do silêncio que se abateu natural, no círculo de amigos, Ele adiu gentilmente:-
- Convém recordar-se, igualmente, que todos necessitam do perdão para as suas ações infelizes, desse modo, devendo perdoar-se, purificar a mente, permitir-se o direito de errar, compreendendo a sua humanidade e fraqueza, mas não permanecendo no deslize moral nem se comprazendo em ficar na situação a que foi arrojado.

O autoperdão é conquista do amor que se renova e compreende que se está em processo de renovação e de autoiluminação.

Assim, portanto, rogando-se ao Pai perdão pelos próprios delitos, amplia-se o pensamento e alcança-se o agressor digno de ser perdoado também.

A noite prosseguia rica de suaves perfumes e incrustada dos diamantes estelares, registrou a lição imorredoura do perdão a todas as ofensas.


 Amélia Rodrigues 
 Divaldo Pereira Franco
 Lar de Armandine e Dominique Chéron
 Manhã de 5 de junho de 2014
 Vitry-sur-Seine, França

 http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=369