Mostrando postagens com marcador Wellington Balbo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Wellington Balbo. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Kardec e a Boa Educação


Kardec e a Boa Educação

Em um programa de televisão assisti entrevista que um jurista concedeu. 
Afirmou o conhecedor da lei que os constantes acidentes nas estradas brasileiras que causam cerca de 100 vítimas fatais todos os dias, acarretando um prejuízo de 22 bilhões aos cofres públicos por ano, tem como agente causador a deseducação do cidadão brasileiro no trânsito
Estou de acordo, aliás, creio que todos estamos.
E ainda brincando com os canais da televisão, encontrei no mesmo dia, entrevista com dois educadores que afirmavam a necessidade de se investir substancialmente na educação para o desenvolvimento econômico de nosso país. 
Concordo, creio que o leitor amigo também.
E ainda na televisão, em outro programa de entrevistas, assisti o ator, autor e diretor Juca de Oliveira pedir uma educação ética mais rigorosa por parte de pais, educadores e formadores de opinião.
- O jurista se referia a educação no trânsito
- Os educadores se referiam a educação provinda dos livros, e 
- O ator discursava sobre uma educação rigorosa nos padrões de moralidade.
Dentro dessas três entrevistas encaixamos Kardec, o notável pedagogo francês, que no século XIX, mostrava a necessidade de uma educação mais abrangente, que prepara o ser humano para atuar de forma ética em toda a sociedade. 
Uma educação poderosa, que causa uma revolução nos costumes, porque desperta o cidadão para uma visão abrangente da vida, demonstrando que, suas atitudes ecoam pelo universo.  
Em O Livro dos Espíritos, no Cap. Lei do Trabalho, Kardec faz comentário esclarecedor:-
- (...) Há um elemento que não se costuma considerar, sem o qual a ciência econômica torna-se apenas uma teoria:-
- É a educação. 
- Não a educação intelectual, mas a educação moral
- Não ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar o caráter, que dá os hábitos:-
- Porque Educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. 
Quando se pensa na massa de indivíduos lançados a cada dia na torrente da população, sem princípios, nem freios e entregues aos próprios instintos, devem causar espanto as conseqüências desastrosas que resultam disso? 
Quando essa arte for conhecida e praticada, o homem trará hábitos de ordem e de previdência para si e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos angustiado os maus dias inevitáveis. 
A desordem e a imprevidência são duas chagas que uma educação bem conduzida pode curar; aí está o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia da segurança de todos (...)
Como prova da atualidade do comentário de Kardec, podemos recorrer aos  livros de história que escrevem em suas páginas afirmando que, muitos dos preconceitos que nos impedem inclusive de grandes vôos no cenário econômico, são frutos de um passado de desatenção quanto aos valores da educação moral. 
Muitas penitenciárias construídas demonstram que, as noções básicas de moral e ética ou não foram transmitidas, ou foram deturpadas
Obviamente que há indivíduos refratários a qualquer tipo de instrução, contudo, também é verdade que muitos são aqueles que se desvirtuam do caminho do bem e da verdade porque lhes faltaram  noções elementares de respeito ao próximo.
Se levamos nossos filhos à escola para que adquiram noções básicas de determinadas matérias, deveríamos também iniciá-los nas questões concernentes a educação ética e moral.
Muitos dos crimes que presenciamos hoje na sociedade devem-se a forma permissiva com que lidamos com alguns deslizes morais. 
Acobertamos a mentira, a corrupção, pregamos a irresponsabilidade e depois nos desesperamos com as conseqüências. 
Grande parte desses acidentes de trânsito que ceifam vidas e acarretam enormes prejuízos ao país, são filhos da negligência com que tratamos as questões envolvendo as bebidas alcoólicas. 
- Há postos de gasolina nas margens das rodovias que comercializam bebidas alcoólicas. 
Um trio quase que imbatível para a morte:-
- Venda de bebidas, estradas e direção. 
O brasileiro, infelizmente se encaixa no padrão do motorista que bebe e dirige. 
O que vem a ser isso senão total deseducação.
Outro caso significativo foi de jovem escritor, habilidoso com as palavras, tinha facilidades para construção de frases, contudo, um desastre na distribuição de idéias. 
Pregava a liberdade, mas de forma deturpada, dizia que admirava aqueles que cometiam o suicídio porque os considerava livres, senhores de si mesmos. 
Em sua opinião, o suicídio era um grito de liberdade, um ato de rebeldia para com uma sociedade injusta. 
O lamentável é que esse escritor distribuía seus textos em prol do suicídio pela internet, o que bem sabemos, pela sua velocidade alcança criaturas em diversos rincões do mundo em tempo recorde. 
Imagino o prejuízo que textos desse nível podem causar quando encontram corações combalidos e mentes dispostas ao auto-extermínio. 
Tivesse esse jovem uma educação sedimentada nas bases que Kardec propõe e jamais utilizaria seu talento em favor de idéias macabras.
Por isso podemos afirmar que todos os problemas que envolvem nosso mundo têm sua origem na deseducação das pessoas
Os acidentes, a fome, violência, analfabetismo, injustiças, são conseqüências de um mundo onde a educação ainda engatinha. 
Dia desses, vi estampado em mensagem seguinte frase:-
- “Minha educação depende da sua”
Lamentavelmente é uma prova cabal de que não somos senhores de nossos atos, ou seja, se você me trata bem retribuo o tratamento, se me trata mal também retribuo seus “carinhos”. 
Frase típica de pessoas mal educadas. 
Ideal que funcionasse da seguinte forma:-
- “Minha educação jamais depende da sua”
Sou senhor de meus atos, e nada do que você faça irá tirar a Serenidade com que lido com as situações, mesmo as mais complexas
Prova de Educação e Equilíbrio.
Por isso, fundamental que nos atentemos para a importância de nos educarmos moralmente, de modo que acidentes, fome, violência, intolerância e tantas barbaridades que grassam no mundo não encontrem eco em nossa maneira de proceder perante a vida.
Pensemos nisso.

Wellington Balbo 
Artigo publicado originalmente na revista virtual 
 Ano 1, no 36, de 23/12/2007 
e reproduzido com autorização do autor

NÚCLEO ESPÍRITA CASA DA PAZ

quinta-feira, 16 de abril de 2015

As Pequenas Provas de Nossos Dias


As Pequenas Provas de Nossos Dias...

As Pequenas Provas de Nossos Dias

Segundo o Espiritismo vivemos em um planeta de provas e expiações, o que nos coloca frente a grandes desafios existenciais que devem ser encarados sem pestanejar. 
 
Jesus, aliás, bem antes da doutrina espírita afirmava que no mundo teríamos aflições.

Claro, melhor do que qualquer pessoa deste planeta Jesus sabia que por conta de nosso nível evolutivo passaríamos por situações um tanto quanto complicadas, mas perfeitamente superáveis. 
 
Portanto, não é novidade que seremos de vez em quando, ou de vez em sempre, visitados pelas dificuldades que, em realidade, são desafios para nossa evolução.

Até ai tudo tranquilo, tudo beleza. 
 
Mas quais são essas provações? 
 
Dos mais variados segmentos. 
 
Prova da paciência, resignação, humildade, ingratidão, enfermidade, dificuldade financeira...
 
Em suma, a única coisa que sabemos fielmente é a de que essas provações virão justamente ao encontro do que necessitamos aprender.
 
 Logo, são pedagógicas, jamais punitivas.

Venceremos todas as provações da existência?
 
Pode ser que sim, pode ser que não. 
 
Entretanto, os Espíritos informam que utilizando a boa vontade todas as provações são superáveis. 
 
Ah, poucos dentre vós têm boa vontade, dizem os sábios da espiritualidade.
 
Pois é, como dito acima, dependerá muito de nós.

Perceba, porém, caro leitor, que nas provações mais complexas em que somos encurralados pela vida, em geral vencemos. 
 
E vencemos porque geralmente no caso das calamidades existenciais nos apegamos a Deus, oramos, pedimos forças e serenidade e o Pai não nos abandona. 
 
Por conta de nossa boa vontade e da ajuda dos bons espíritos saímos vencedores das grandes provações.

Recordo-me quando tive grave problema de saúde e quase mudei para o além. 
 
Com a ajuda de Deus e dos amigos eu consegui. 
 
Confesso a vocês que foi mais tranquilo enfrentar o processo de enfermidade do que, por exemplo, conseguir controlar minha impulsividade. 
 
Enquanto aquele processo todo durou um ano, eu convivo com as dificuldades oriundas de minhas atitudes impulsivas há séculos. 
 
Este exemplo é apenas para ilustrar como nos tornamos fortes nas grandes adversidades.

Por isso creio não serem as grandes adversidades e provações existenciais os maiores vilões do bom convívio e da fraternidade entre as pessoas. 
 
O problema reside em outro lugar: nas pequenas coisas. 
 
Exatamente. 
 
Nos pequenos aborrecimentos, nas questiúnculas que nos tomam tempo demasiado e importante, nas polêmicas estéreis, nas discussões infrutíferas, nos considerados temas banais do cotidiano que residem nossa mais complicada prova.

São essas provações as mais perigosas e que causam o esfacelamento das instituições, a ruptura de amizades, o naufrágio de nobres ideais...
 
Poucos se dão conta porque elas são aparentemente inofensivas, quase invisíveis. 
 
Entretanto, aos poucos fazem ruir paredes.

Os Espíritos inferiores, porém de inteligência mais aguçada não colocam grandes problemas em nossas mãos porque sabem que nos grandes entraves existenciais tendemos a procurar Deus e os afastamos.
 
 Tomemos cuidado com as pequenas coisas, as questiúnculas irrisórias, as polêmicas estéreis, porque é no acúmulo das pequenas coisas que residem os grandes problemas futuros que nos fazem cair.

E então os grupos espíritas ou não, vão se esfacelando. 
 
Paulatinamente amizades vão minando e a desunião se estabelece naufragando nobres ideais de servir no campo do bem... 
 
Cuidado, pois, com os pequenos melindres, os pequenos problemas, as mínimas pedras do cotidiano, porque são essas situações que derrotam o gigante...

Uma questão a refletir.

Wellington Balbo 
Salvador, BA