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domingo, 21 de agosto de 2016

Gratidão pelos Amigos


Gratidão pelos Amigos


Agradeço, meu Deus,
Em minha prece enternecida,
As almas boas que me deste à vida,
No campo da afeição!...

Agradeço os amigos que me emprestas,
Que me toleram falhas e defeitos,
E equilibram-me os passos imperfeitos,
Dando-me paz e luz ao coração.

Agradeço-te, oh! Pai,
A sensação confortadora e amena
Com que a palavra dêles me asserena,
Em meus dias de dor...

E o silêncio que fazem para as lutas
De que preciso burilar-me,
Enxugando-me o pranto sem alarme
Pela bênção do amor.

Agradeço o socorro que me trazem,
Mostrando desapêgo nobre e raro,
Para que eu seja apoio ao desamparo,
Esperança de alguém!...

E a caridade com que me estimulam
A ser trabalho, bênção, alegria,
Aprendendo a viver , dia por dia,
Nos domínios do bem.


Por toda a santa generosidade
Da estima doce e pura
De quantos me recebem sem censura,
Ternos amigos meus!...


Eis-me ao sol da oração,
Para dizer-te, oh! Pai do Infinito Universo,
Na singela pobreza do meu verso,
Obrigado, meu Deus !... 

Livro:- Antologia da Espiritualidade
Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier

domingo, 13 de dezembro de 2015

Cantiga do Perdão





 Cantiga do Perdão

Não te iludas, amigo,
Por mais se expandam lágrimas contigo,
Todo lamento é vão...
Tudo o que tende para a perfeição,
Todo o bem que aparece e persiste no mundo
Vive do entendimento harmônico e profundo,
Através do perdão...

perdão que lembra o sol no firmamento,
Sem se fazer pagar pelo foco opulento,
A vencer, dia-a-dia,
A escuridão da noite insondável e fria
E a nutrir, no seu longo itinerário,
O verme e a flor, o charco e o pó, o ninho e a fonte,
De horizonte a horizonte,

Quanto for necessário;
perdão que nos destaque a lição recebida
Na humildade da rosa,
Bênção do céu, estrela cetinosa,
Que, ao invés de pousar sobre o diamante,
Desabrocha no espinho,
Como dizer que a vida,
De caminho a caminho,
Não despreza ninguém,
A bela, generosa, alta e fecunda,
Quer que toda maldade se transfunda
Na grandeza do bem...

Perdão que se reporte
À brandura da terra pisoteada,
Esquecida heroína de paciência,
Que acolhe, em toda parte, os detritos da morte
E sustenta os recursos da existência,
Mãe e escrava sublime de amor mudo,
Que preside, em silêncio, ao progresso de tudo!...

Amigo, onde estiveres,
Assegura a certeza
De que o perdão é lei da Natureza,
Segurança de todos os misteres.
perdoa e seguirás em liberdade
No rumo certo da felicidade.

Nas menores tarefas que realizes,
Para lembrar sem sombra os instantes felizes
Na seara da luz,
Na qual a Luz de Deus se insinua e reflete,
È forçoso exercer o ensino de Jesus
Que nos manda perdoar
Setenta vezes setembro Cada ofensa que venha perturbar

O nosso coração;
Isso vale afirmar,
Na senda de ascensão,
Que, em favor da vitória,
A que aspiras na luta transitória,

É mais do que importante, é essencial
Que te esqueças, por fim, de todo mal!...

E que, em tudo, no bem a que te dês,
Seja aqui, mais além, seja agora ou depois,
Deus espera que ajudes e abençoes,
Compreendendo, amparando e servindo outra vez!...

Francisco Cândido Xavier – Autores diversos
Médium

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

A Enfermeira do Além


A Enfermeira do Além

Ela, a querida irmã desencarnada,
Fizera-se enfermeira,
Aliviava a dor, de estrada à estrada,
Era uma espécie de bondade inteira,
Socorrendo aos irmãos que a morte
Espalhava nas trevas...

Há trinta anos servia,
Sem escolher lugar, trabalho ou dias.
Naquele imenso mar de sombra, o tempo parecia
Uma chaga mental sem esperança
De melhorar ou desaparecer...

Certa feita, contudo, a grande obreira alcança

Uma estranha mulher, deitada numa furna;
Embora não tivesse a morada carnal,
Estava cega e só, deformada e ferida,
Patenteando a dor que lhe marcara a vida.

Ao ouvi-la gemer,
A irmã dos infelizes,
Pões-se, em campo, a cumprir
O que considerava por dever.

Impressionada, ao vê-la de mais perto,
A missionária, indaga, a peito aberto:
- irmã, ouço-te o choro, há muitas horas,
Por que tens tanto fel nas lágrimas que choras?

A pobre murmurou, pausadamente:
- Ai de mim! O que sou e de onde venho?
A memória não dá para lembrar...
Sei mostrar simplesmente as misérias que eu tenho...

Há muitos anos, quantos já nem sei,
Fui menina feliz num grande lar...
Recordo muito mais as dores que causei...
Minha mãe me queria
Para exaltar a natureza,
Num misto de elegância e de beleza,
E falava que eu era uma rosa entre as rosas,
Fosse para enfeitar as festas deleitosas
Ou estender no mundo o aroma da alegria...

Minhas aspirações caíram, uma a uma,
Minha mãe não me quis em profissão alguma,
Vestia-me, orgulhosa, o corpo esbelto e fino,
Dizia que brilhar traçava-me o destino...

Casei-me, tive um filho e, depois de dez anos,
Troquei meu lar feliz por prazeres mundanos,
Meu esposo rogava o meu regresso em vão.
Meu filho fez-se logo um belo rapagão,
Vendo-me as aventuras, certo dia, 
Ele, menino e moço, veio visitar-me,
Condenou-me os costumes sem alarme,
Falou e lamentou-se em voz severa,
De conhecer por mãe a mulher má que eu era...

De cabeça alterada em cocaína,
Revoltei-me, ataquei-o...Atrás de uma cortina
Apanhei um revolver no meu quarto,
Voltei à sala e apertei o gatilho,
Num tiro certo, assassinei meu filho!...
Depois de vê-lo morto, junto a mim,
Voltei a arma contra o próprio peito
E matei-me por fim!...

Em seguida, a pausa demorada,

Contou a própria vida e deu o próprio nome...
Na pavorosa mágoa que a consome
A mulher prosseguia, consternada:-
- Nunca mais vi ninguém das pessoas que amei
Para mim, tudo é noite e a noite me carrega
Porque vivo sozinha, triste e cega
Decerto obedecendo alguma lei
Que não sei compreender nem explicar...

A enfermeira caiu em pranto ardente
E indagou da mulher, amargamente:-
- E se encontrasses neste mar de trevas
Nos furacões de dor a que te levas
A mãe que te entregou à rebeldia,
Teu coração que chora a perdoaria?

- Nada tenho a perdoar –
Disse a pobre atada ao sofrimento –
Minha mãe era um anjo em forma de mulher,
Jamais a esquecerei, um momento sequer,
Ela vivia, em tudo, a trabalhar por mim
Não teve qualquer culpa de meu fim...

Se só me fez o bem, fui eu quem fiz o mal...
Do amor que ela me deu
Fiz todo um lamaçal...
Ninguém pode encontrar motivos de censura
No carinho de alguma criatura
Que nos dê uma lâmpada sublime,
Se lhe usarmos a luz para fazer um crime...

A enfermeira abraçou-a a encharcar-se de pranto
E quando a jovem triste e atormentada
Perguntou-lhe entre aflita e altamente intrigada,
Por que razão ela chorava tanto,
A benfeitora apenas respondeu:-
- Deus louvado!... 

Encontrei o que procuro,
Venceremos na Terra do futuro,
Filha do coração, a tua mãe sou eu!...
 Livro:- Coração e Vida
Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A Busca



 A Busca

Fita a subida áspera e empedrada,
Que se alteia, maciça, à nossa frente,
Carrega a própria cruz na alma cansada,
E guarda o coração Feliz e Crente.

Nas paisagens da senda, não há flores,
Apenas o cascalho se amontoa,
Mas, em torno de ti, os irmãos sofredores
Lembram a Paz da Fé, que os renova e abençõa.

Segue de passo lento ...
A turba te acompanha ...
Companheiros pararam na montanha,
Recusando o trabalho, a dor e a cruz;

Mas, sentindo-te os dons no coração amigo,
Erguer-se-ão do pó e seguirão contigo,
Procurando Jesus.


Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier 

Vídeo Música :-

Roberto Carlos

Homenagem a Chico Chavier

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Lema da Vida - Esquecer para Renovar


Lema da Vida:-
Esquecer para Renovar 

Indagas, muita vez, alma querida,
Como apagar ofensas,
Conforme ensinas, crês, queres ou pensas
No perdão por dever...
Fita o mundo em que moras,
Todo bem que se faz ou que se imortaliza
Conserva por divisa :-
- Renovar e esquecer.

A noite cria a escuridão que aflige

Pelo fardo das sombras exteriores,
Mas eis que surge a aurora e canta em cores,
Saudando o novo dia a renascer...
Nada recorda as trevas dissipadas,
O Sol fulge nos lares onde estamos,
Não longe louvam pássaros nos ramos:-
- Renovar e esquecer.

O grande rio abaixa-se de todo

Para abraçar os córregos da serra
E colhe humildemente os detritos da terra,
A servir e a correr;
Por mais que se lhe atire pedra e lodo à face,
Não revida, não chora, não blasfema,
Segue espalhando amor, sustentando por lema:-
- Renovar e esquecer.

No mar, a tempestade grita em fúria

A nave mais potente, a mais ampla e veloz,
recorda simplesmente uma casca de noz
Em férrea luta por sobreviver...
Depois a paz do Céu derrama-se no abismo,
O torvelinho cessa, a estrada é mansa
E a maré balbucia a oração da esperança:-
- Renovar e esquecer.

Assim também, se amados te esqueceram,

Se pelos bens, que aguardas e produzes,
Recebes tão-somente as lágrimas e as cruzes
De provas que te fazem padecer,
Desculpa, serve, ampara, ama e auxilia
E encontrarás enfim, por mais triste ou cansada,
A clara voz de Deus, lembrando-te na estrada:-
- Renovar e esquecer.

Esquecer para Renovar 


Maria Dolores



Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 14 de julho de 2015

Minutos de Deus


Minutos de Deus

Bastas vezes, perguntas, alma boa,
Qual a razão do sofrimento...
Porque a treva da angústia na pessoa...
E também vezes muitas
A recear a justa explicação,
Foges de coração cansado e desatento...

Enquanto podes fazer isso,
Satisfazendo a impulso vão,
Ausentas-te dos quadros de amargura,
Como quem busca o reboliço
Para esquecer o assombro e a inquietação
Que observas nos outros
De alma triste e insegura
Quando colhidos pela provação...

Mas se um dia chegar em que não possas
Distanciar-te do recanto,
Em que a tristeza se conhece
Por neblina de pranto,
Por maiores as dores e os problemas,
Acende a luz da prece
E, esperando por Deus,
Não te aflijas, nem temas... 

Ora, detém-te, anota, pensa e escuta
Sob as tribulações em que a sombra domina,
Quando estamos a sós, dentro da própria luta,
Rodeados, ao longe,
De constrangidos cireneus
É que achamos na vida
Os minutos de Deus,
Nos quais se pode registrar
A palavra divina.

Nas estações difíceis do caminho,
Que todos conhecemos
Por solidão, angústia, desengano,
À distância de todo burburinho
Em que o prazer humano
Lembra incêndio de sons que explode e estala,
Nessas pausas de dor do pensamento,
Em que o tempo parece amargo e lento
É que o verbo de Deus nos envolve e nos fala...
Mesmo sem qualquer força a que te arrimes,
Presta a própria atenção
À voz que te procura o coração
Nessas horas sublimes.

Entretanto, não creias,
Perante a aceitação a que te levas
Que Deus te reterá na mágoa que te invade,
Nas teias abismais da crueldade
Ou no bojo das trevas...

Logo após o celeste entendimento
Em que a bênção do Céu se te anuncia,
Ressurgirás em novo nascimento,
A dentro de ti mesmo,
Como quem se revê ao sol de novo dia...

Lembra o próprio Jesus,
Se consegues cismar, em torno disso;
Do berço em louvações
A última páscoa em festa, brilho e luz,
A vida do Senhor
Foi um hino de júbilo e de amor
Em música de paz e de serviço...

Mas chegando ao Jardim das Oliveiras,
Ei-la escutando o Pai, horas inteiras...
E, através do diálogo divino,
Colocado em si mesmo, solitário,
Encontra o sacrifício por destino,
Desde a prisão injusta às pedras do Calvário...

Entretanto, depois
Da renúncia suprema,
Qual se guardasse em si o fel da humana escória,
No suplício final, perante a multidão,
Fez-se o Cristo Imortal do Amor e da Vitória,
Na luz divina da ressurreição.
 Livro:- A Vida Conta


Maria Dolores
 Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 28 de abril de 2015

Prece pelo nosso País


Prece pelo nosso País

Estamos na comoção nacional
Que atinge todos os Estados Brasileiros,
Assim, pedimos aos queridos companheiros,
Unir os nossos corações,
Em nossas sinceras orações
Pela Felicidade do País.

Assim, vamos orar em nossas preces tradicionais:-

Pai Nosso que estais nos Céus,
Santificado seja o vosso nome,
Venha a nós o vosso Reino,
Seja feita a vossa vontade,
Assim na Terra, como no mar e nos céus,
O pão nosso de cada dia
Dai-nos hoje, Senhor,
Perdoai as nossas dívidas e faltas,
Como perdoamos aos nossos devedores
E não nos deixeis cair em tentação
E livrai-nos do mal, de todos os males,
Assim seja, com JESUS e por JESUS!

Ave Maria,
Mãe de Jesus
Cheia de Graça,
Bendita seja entre as mulheres,
Bendito seja o fruto divino do vosso Divino Ventre
Que nos trouxe JESUS.
Assim seja, com JESUS e por JESUS.

O Senhor abençoe as nossas orações
Pela tranquilidade de nossas legiões.
Assim seja!...

Bezerra de Menezes

Rogativa

Que os nossos dirigentes nos mantenham,
O pão e a paz, o amor e a luz,
E assim trabalharemos e serviremos
Na abençoada Doutrina de Jesus!...
 

Maria Dolores

Página recebida pelo Médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública, na noite de 3/10/1998 no Grupo Espírita da Prece 
Uberaba/MG.

Autor desconhecido
 

terça-feira, 3 de março de 2015

Colheita


Colheita

Se consegues guardar o coração
Sem queixumes em vão,
Além das nuvens densas,
Feitas em vibrações de sarcasmos e ofensas,
Sem que a força da fé se te degrade,
Quando rugem, lembrando tempestade...

Se olhas pare o mal que te rodeia,
Respeitando, em silêncio, a luta alheia,
Se não te fere ouvir
A expressão que te espanca ou te censura,
No verbo avinagrado da amargura,
Sem alterar teu sonho de servir...

Se Logras conservar a luz no pensamento,
Ante os assaltos do tufão violento,
Que se forme da injúria que atraiçoa,
E trabalhas sem mágoa e ajudas sem tristeza,
Plantando o reconforto, a bondade e a beleza,
Sem perder a esperança na alma boa...

Se já podes, enfim,
Converter toda lama em trato de jardim
E criar alegria em tua própria dor,
Para auxílio a quem chora ou socorro de alguém,
Então terás chegado à compreensão do bem,
Para viver em paz, na vitória do amor!...

Livro:- Antologia da Espiritualidade     
Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier

domingo, 15 de fevereiro de 2015

As Vozes da Vida


As Vozes da Vida

Ao homem que alegou perante os Céus
Que de nada dispunha para dar
Por sentir-se tão pobre quão sozinho,
O Senhor concedeu a benção de escutar
As migalhas e cousas do caminho!. . .

Disse-lhe um pão largado a um canto da sacola:-
- Dá-me a feliz esmola
- De poder amparar!

Passaram hoje aqui dois pequenos sem nome. . .
Ah!. . . 
 
Quanto desejei arredá-los da fome!. . .
Para ajudar, porém, necessito, primeiro,
De tuas mãos, nobre companheiro,
porquanto, é lei de Deus, na exaltação do bem,
Que pessoa nenhuma
Possa melhor servir sem apoio de alguém. . .

Uma rosa a entreabrir-se, acetinada e bela,
Exclamou da janela:-
- O vento da manhã explicou-me que existe
Em vizinho hospital!

Uma jovem doente abandonada e triste,
Desejando uma flor. . .
Quero sair daqui
Para ofertar-lhe ao peito uma nota de amor
Mas para realizar o sonho
Em que, pobre de forças, me agasalho,
Tentando transformar-me em fé, simpatia e trabalho,
Nada posso sem ti!. . .

Um bloco de papel atirado ao relento
Rogou, a sacudir-lhe o pensamento:-
- Vem agora comigo,
O impulso de teu lápis não me cansa,
Anseio ser contigo
A carta mensageira de esperança!. . .

Antigo cobertor aposentado
Transmitiu-lhe um recado:-
- O irmão enfermo, em frente, pede caridade,
Não me conserves sem utilidade. . .
Devo entregar-lhe a paz contra a guerra do frio,
Para isso, porém, neste culto de amor,
A fim de que eu lhe dê o amparo do calor,
Tanto ao catre vazio
Quanto ao corpo cansado de exaustão,
Não te dispenso a colaboração. . .

Pequenina moeda ergueu a voz
E falou-lhe do bolso em que jazia:-
- Pobre mão de criança semimorta
Veio hoje e pediu socorro à porta. . .
Leva-me a trabalhar.

Suplico a Deus para que alguém me aceite,
Preciso converter-me em xícara de leite
Que nutra, reconforte
E arranque essa criança ao domínio da morte!. . .

O homem renovado
Aguçou a atenção e escutou, mais além. . .
Sementes, fruto, fontes,
Os legumes do vale e as árvores dos montes. . .
Tudo era aceno e voz para o convite ao bem!. . .

Integralmente transformado,
Ouvindo a natureza, em derredor,
Viu-se rico e feliz, firme, grande, maior,
E exclamou para os Céus,
Em júbilo profundo:-
- Obrigado, meu Deus,
O Dom de trabalhar é o tesouro do mundo,
Ensina-me a servir,
Sê louvado, Senhor,
Na grandeza da vida e na benção do amor!. . .

Livro:- Encontro de Paz
Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier
 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Erros do Amor

Erros do Amor 

Antes os erros do amor que aparecem na vida,
Nunca ergas a voz.
Recorda, coração, se a pessoa acusada
Fosse qualquer de nós.

Quem poderá pesar as circunstâncias
De convivência, angústia e solidão!...
Quanta mudança chega de improviso
Por um “sim, por um não”!...

Entre afeto que sonha e dever que governa,
Quanto conflito surge e quanto anseio vêm!...
Quando a dor de ser só escurece o caminho
Ninguém pode prever as lágrimas de alguém...

Votos no esquecimento, afeições destruídas,
Ocultas aflições, desencantos fatais!...
Quanto chora quem sofre, ante golpe e abandono,
E quem bate ou despreza, às vezes, sofre mais.

Ante as faltas de amor, alma querida,
Não te dês à censura sempre vã,
Que o teu dia de amor incompreendido
Talvez chegue amanhã.

Problemas de quem ama, em luta e prova,
Sejam teus, sejam meus...
Quem os conhecerá, desde o princípio?...
Quem os verá?... Só Deus.


Livro:- "Mãos Marcadas"
Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier
Fonte: Centro Espírita Caminhos de Luz
Pedreira-SP-Brasil

domingo, 6 de julho de 2014

Convite


Convite

Se te vês nesta noite,
De alma desencantada e dolorida,
Concentrando a atenção na angústia
que te invade,
Medita, coração,
Nos outros companheiros que se vão
Nos caminhos da vida,
Sob as pressões da prova e da necessidade.

Regresso  agora de estirado giro,
Para buscar-te aqui, em teu doce retiro.

A calma da oração,
Entretanto, alma irmã se me permites.

Comentarei as dores sem limites,
Da multidão agoniada
Que encontrei na jornada.

Com certeza, já viste
As trevas e aflições de tanto quadro triste,
Mas peço ainda o teu consentimento
A fim de relembrar-te
O vasto espinheiral do sofrimento
Que nos roga socorro em toda parte.

Deixa, enfim, que eu te diga,
Alma fraterna e amiga,
Quanta amargura vi por onde andei…
Vi mães em catres de doença e luta,
Lançando petições que a Terra não escuta,
Pedindo em vão, a xícara de leite
Para o filhinho semi-morto
Agonizando à míngua de conforto…

Vi outras nas calçadas,
Carregando no colo os anjos de ninguém
Pobres irmãs abandonadas
Aspirando a escalar as alturas do bem.

Acompanhei velhinhos,
Outrora moços de bonito porte,
Tão fatigados, tão sozinhos
Que pediam a Deus a compaixão da morte.

Achei muitos irmãos enfermos e cansados
Em desespero imanifesto,
Sem pensar nas terríveis conseqüências
Que nascem desse gesto.

Vi crianças, ao léu,com febre e sono,
Relegadas á noite em penoso abandono…
Visitei tanto lar vazio de esperança,
Tantas mansões em lágrimas ocultas
E tanta dor nas choças das favelas,
Que, de fato, não sei explicar, a contento,
Onde há mais solidão e onde há mais sofrimento
Se nas casas mais ricas e mais altas,
Ou nas outras mais tristes, mais singelas…
Por isso venho aqui, alma querida e boa,
Para pedir qualquer migalha,
Em favor de quem chora…
Ama, ensina, trabalha,
Sofre, ajuda, perdoa…
Lá fora, um mundo novo nos espera
Por nossa fé sincera
Traduzida em serviço…
Olvida a própria dor… Lembra–te disso:-
- Temos nós com Jesus a obrigação
De esquecer-nos e agir
Para que a paz do bem seja a paz do porvir.

Não te percas em lágrimas vazias
Pensa na força que irradias
Pela fé que Jesus já te consente
Deixa as tribulações e os pesadelos
Que te fazem chorar,
Reflitamos no amor sinceramente,
Anota as provações de tanta gente,
Sai de ti mesmo e vamos trabalhar!…

 Livro: "Maria Dolores"
 Maria Dolores
 Francisco Cândido Xavier

Fonte: "Mensagens Espíritas"