Quase tudo passa...
Apenas o essencial permanece
Quase tudo passa...
Apenas o essencial permanece! ...
O alimento ao faminto, o conforto à alma, a esperança colorida ao desesperado, o sorriso ao triste, o doce ao amargo, a mão solidária ao necessitado, o olhar amigo ao irmão descrente...
Provavelmente, após algum tempo o faminto não mais se lembrará de quem o alimentou...
A alma reconfortada não mais se recordará com riquezas de detalhes das palavras que lhe confortaram...
O triste não mais saberá descrever com exatidão o formato do rosto que lhe sorriu...
Mas, com certeza o essencial permanecerá: a consciência – o significado profundo que curou aquilo que o fazia sofrer!
Pois a cura não é o gesto em si, mas o que está além dele:-
- Um
fio tênue, profundamente luminoso e interligado por um ínfimo espaço
existente entre dois seres.
Quando o ser profundo de uma pessoa
encontra-se com o ser profundo de outra, na medida exata, numa
combinação perfeita de elementos, fecunda-se o fluxo incessante da vida.
Essa
experiência de poder altamente abstrato e que chamo de “a química da
cura”, não é privilégio de práticas, teorias, títulos, ideologias,
filosofias, religiões...
Mas, de uma forma especial de se relacionar, de
uma mistura demasiadamente espontânea, completamente desprovida de
preconceitos, conceitos e julgamentos.
Deixa-se apenas misturar:-
- As diferenças, a igualdade, a nudez de cada ser...
Sem a priori, na
dimensão sublime do eu e do outro, em qualquer forma de relacionamento,
pois estou falando de existências, de seres sublimes, e tudo o que está
em seu âmbito, é sempre de muita profundidade.
Fios atados, desatados, entrelaçados, embaraçados, ligam-se, invisíveis aos olhos, mas visíveis à alma.
E
o processo terapêutico não é diferente, posto que a cada encontro, a
cada movimento, se estabelece uma relação, uma possibilidade de se
alcançar os níveis mais profundos do ser o que se É.
Agora, se os
encontros continuam acontecendo a cada momento, a cada medida em nossas
vidas e a cura daquilo que dói ainda não aconteceu na dose certa às
nossas dores, é porque ainda não aprendemos a morrer para as coisas sem
importância e a nascer para as coisas que realmente nos são essenciais e
que permanecerão para sempre!
E aos que ainda caminham em
direção aos encontros...
Se eu pudesse recomendar algo, este algo seria:-
- Escrevam poemas, cartas de amor, leiam coisas bacanas...
Usem as cores, rabisquem, desenhem, pintem...
Ouçam música, dancem, cantem, dramatizem, declamem...
E para os que pensam que isto é poesia...
Eu diria:-
- Isto é tudo o que precisamos aprender...
Cíntia Jubé
Psicóloga
Analista –
Pós Graduada em Saúde Mental
Pós Graduada em Psicossomática
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