Posted: 05 Sep 2013 04:02 AM PDT
Muito
se tem dito sobre o significado das parábolas do Mestre Nazareno.
No
Ocidente, quase a totalidade das pessoas se dizem cristãs.
É
indiscutível ter sido Jesus o maior espírito de que temos notícia,
expoente em valores e qualidades dentre todos os instrutores conhecidos
pela nossa humanidade.
E nós, cristãos, conhecemos ou deveríamos
compreender os ensinos de Jesus e ter seu exemplo como meta de vida.
Vangloriamo-nos sempre de sermos seus seguidores.
Porém, a maioria de
nossas atitudes, nossas reações diante das relações que a vida nos impõe
e nosso relacionamento não diferem muito das pessoas ditas não cristãs.
Não estará algo errado?
Admitindo-se que sim, não serão naturalmente os
ensinamentos de Jesus, mas a maneira de entendê-los ou traduzi-los na
nossa maneira de viver.
Criamos uma complexidade enorme em nossa
estrutura psíquica, em nosso patrimônio espiritual, ficando repletos de
créditos, de conhecimentos e posições adquiridas por uma autovalorização
de nossos próprios atos.
Nossas ações estão baseadas na reciprocidade.
Não sabemos fazer nada se não tivermos a visão de um retorno de ganho
pelos nossos atos.
Não costumamos gravitar em torno do centro da vida,
que é Deus.
Com exceção de poucos, o centro em torno do qual gravitamos é
o nosso próprio ego.
Todos os nossos pensamentos e ações têm o seu
próprio benefício como fim.
Aprendemos a adorar a Deus, o que é muito
fácil.
Não nos exige nem esforço físico e perda pecuniária.
Não sabemos
ainda vê-Lo e amá-Lo nas suas manifestações.
Amá-Lo na Sua onipresença
requer sensibilidade e visão acurada da realidade dos fatos da vida.
Temos conhecimento, por meio dos relatos de desencarnados, que esse
sentimento de ganho e perda nos acompanha após a desencarnação.
Institui-se, nas colônias, o bônus-hora para que os recém-chegados,
condicionados ao ganho, não se sintam desestimulados para o trabalho.
O
bônus-hora é um incentivo ao espírito ocioso ou, em outras palavras, ao
espírito que ainda vive em função da sua própria pessoa e que ainda não
sabe o valor do bem coletivo.
Recebem para que tenham estímulos para
trabalhar em seu benefício e do bem do seu próximo.
Amar a Deus é tê-Lo como centro da
própria vida, vê-Lo, senti-Lo, ter afeto por Ele em todas as suas
manifestações.
Jesus disse:-
- ‘Senhor, bem-aventurado por ter ocultado
isto aos sábios e prudentes e revelado aos simples e pequeninos’.
Sábio
não é sinônimo de erudito, daquele que muito conhece, que tem a qualquer
momento de cor as citações do patrimônio intelectual e religioso da
humanidade.
Não condenamos o conhecimento dos livros sacros, eles nos
são necessários, mas sim a maneira como muitos os utilizam.
Eles são
meios para que conheçamos a vivência daqueles que nos antecederam.
Esses
arquivos proporcionam ao ser humano a evolução e, interminavelmente,
devemos crescer pela mente e pelo espírito.
Para que esses ensinos façam
parte de nossa vida, é necessário que o exemplo do Nazareno seja
compreendido e não decorado, como temos feito há quase dois mil anos.
Ao
compreendê-lo, veremos o que Jesus via e vivia, assim já não mais
faremos a Sua vontade e sim a nossa, que passa a ser como a Dele, porque
veremos como Ele o que é falso e o que é verdadeiro.
Disse Jesus aos seus apóstolos:-
- ‘Ide,
ensinai, curai para que quando os homens virem suas boas obras
glorifiquem o Pai que está nos céus’.
Quanta Simplicidade, quanta Humildade!
Fazer os maiores benefícios à humanidade e esquecer-se não só
do ganho pecuniário como também de qualquer agradecimento ou
reconhecimento do beneficiado.
Fazer por amor à vida que se manifesta no
necessitado e em si mesmo.
Agir de tal forma que possamos ver em cada
ser humano a imagem e a manifestação de Deus não exercitar o culto da
idolatria da personalidade de José, Sebastiana, Maria, Antônio etc.
Livro:- O Vôo da Gaivota
Cap. Numa Reunião Espírita
Espírito Patrícia
Psicografia de Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho
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